domingo, 17 de dezembro de 2006

TV BEST BRASIL - Nº 3

Lá vai o Brasileiro, descendo a ladeira
Por Joannes Lemos
Entra ano e sai ano, e nós, pobres mortais brasileiros, convivemos com todo tipo de injustiça. As disparidades econômicas e sociais que nossa nação enfrenta são numerosas. Mas, o Brasileiro a que me refiro no título não é um cidadão. O Brasileiro do título trata-se do Sistema Brasileiro de Televisão, ou simplesmente, SBT, que assim como os brasileiros - pessoa física - também enfrenta crises.
Durante muitos anos, a emissora de Silvio Santos, fundada em 1981 como um canal de apelo fortemente popular, foi a vice-líder isolada de audiência. Alguns programas do canal marcaram época, principalmente os programas de auditório da emissora, como o Topa Tudo Por Dinheiro, Viva a Noite, TV Animal, Porta da Esperança e Boa Noite Cinderela, que fizeram muito sucesso entre o fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990. Recentemente, o SBT levou ao ar programas de qualidade – o que é raridade para os padrões da emissora – como o Show do Milhão, e, mais recente ainda, o programa educativo SUPERNANNY, que assim como o Show do Milhão, foi um formato comprado de produtoras internacionais.
Na teledramartugia, o SBT também deixou sua marca, com produções de boa qualidade e que alcançaram patamares de audiência invejosos para a emissora. Novelas como Éramos Seis, As Pupilas do Senhor Reitor e Os Ossos do Barão, com alguns profissionais da poderosa Rede Globo. Outro produto que marcou o canal foram as melosas novelas mexicanas, que estiveram presentes no canal desde sua inauguração. Novelas como Carrossel, que arrebatou o coração de uma legião de fãs, que não perdiam um só capítulo das peripécias de Cirilo, Maria Joaquina e companhia limitada. Outro estouro latino do canal foi a trilogia das Marias – Maria Mercedes, Marimar e Maria do Bairro – todas estreladas por Thalia.
Depois de alguns anos com suas produções sendo realizadas em vários estúdios espalhados pela cidade de São Paulo, em 1999 Silvio Santos inaugurou o complexo de estúdios da Anhanguera, que passou a reunir, em um só lugar, todos os programas da emissora. Esses estúdios são considerados um dos mais modernos e completos da América Latina.
Mas, ultimamente, tanto espaço e tecnologia perderam sentido. A emissora de Silvio Santos atravessa atualmente uma grande crise de identidade. Os diretores do canal e o próprio homem do baú parecem estar perdidos, dançando o samba do crioulo doido, literalmente. Para começar, o canal não tem uma programação fixa, coisa que já não tem faz muito tempo. E agora tudo parece ter saído de controle. Ameaçada pela investida da Rede Record, que quer, de qualquer maneira, tirar a segunda colocação do SBT, os diretores da emissora, sob o comando de Silvio, resolveram bagunçar de vez o que já era uma bagunça. E o que vemos é um SBT que só vai descendo a ladeira. A cada dia que passa, a qualidade da emissora, que praticamente sumiu, se perde ainda mais. Todos os dias, os programas trocam de horário. As novelas mexicanas, que antes davam 15 ou 20 pontos, hoje penam para alcançar 6 ou 7 pontos. A magia dos programas de auditório do canal se perdeu por completo, se salvando apenas o novo Topa ou não Topa – também um formato importado.
E o jornalismo da emissora hein! Todos nós sabemos que o jornalismo sempre foi o ponto fraco do SBT. Silvio Santos nunca fez questão de investir neste serviço. Recentemente, mudou de idéia, e resolveu ressuscitar o fraco noticiário do canal, contratando nomes de peso, como Ana Paula Padrão e Carlos Nascimento. Mas nada disso funcionou. Apesar de tentarem, o jornalismo da emissora é bem fraco e ainda não mostrou a que veio. E as gafes vieram aos montes. A mais recente aconteceu a pouco tempo, quando, do nada, a apresentadora encerrou o telejornal SBT Brasil - certamente por uma decisão que chegou até seu ponto eletrônico, vinda de cima -, e, ao anunciar a próxima atração ficou muda, pois não sabia qual programa viria. O veterano Hermano Hening, que dividia a bancada com ela, ficou desconcertado.
O que nós, cidadãos brasileiros queremos, é que a emissora possa se safar dessa crise que atinge o canal, voltando dessa forma aos bons e velhos tempos, uma época em que a emissora era chamada de TVS. Sem querer ser pessimista, mas a atual programação do SBT lembra em muito a programação da saudosa TV Tupi em seus últimos dias de vida. Vários enlatados preenchiam a grade da emissora. Qualquer semelhança com o atual SBT seria mera coincidência. A vantagem é que a rede de Silvio Santos têm a Tele Sena e o Baú da Felicidade para apagar os incêndios financeiros do canal.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

CINE MILÊNIO - Nº 4

Água na boca e nos olhos
Por Joannes Lemos
O hábito de ir ao cinema é, sem sombra de dúvidas, gratificante e prazeroso. No escurinho do cinema, o espectador pode rir, chorar, se emocionar, ficar com raiva e trazer à tona vários outros sentimentos. E é claro, ir ao cinema com freqüência é uma ferramenta importante para adquirir um pouco mais de cultura. Mas é importante frisar que não basta ir a uma sala de exibição só para assistir produções norte-americanas. Os Estados Unidos não são o único país do mundo a produzir a sétima arte. Sabemos que eles são especialistas no assunto. Mas que fique bem claro: lá, filme é visto atualmente mais como um produto tipo exportação do que um produto cultural, apesar de que grandes obras-primas ainda são produzidas por lá.
Precisamos criar o costume de ir às salas de exibição que oferecem filmes de outras nacionalidades. Muitas vezes não fazemos isso por preconceito e por acreditar que as produções cinematográficas de outros países são ruins e de baixa qualidade. Miserável engano. Outros países são capazes de oferecer ao grande público trabalhos magníficos. Podemos destacar a França, a Espanha, a Índia e o Irã, e até mesmo o Brasil, que presenteia o público com produções bem arranjadas como Zuzu Angel, mas que volta e meia escorrega, produzindo títulos como “O Cavalheiro Didi e a Princesa Lili”. Ninguém é perfeito, mesmo ainda existindo público e demanda para este tipo de filme.
A culpa pela falta de exibição de bons filmes não americanos também é dos exibidores. São poucas as salas que exibem filmes do circuito alternativo. É por isso que devemos aplaudir a atitude da Lentes Varilux e da Pandora Filmes, que juntas apresentaram entre os dias 10 de novembro e 21 de dezembro o 5º Festival Varilux de Cinema Francês, que exibiu a cada semana, em duas cidades diferentes, sete filmes franceses. Entre as cidades sortudas que puderam fazer parte do calendário de exibições estava a nossa capital Vitória. Os sete longas foram apresentados no Cine Ritz Jardins em Jardim da Penha. Durante seis dias, os cinéfilos como eu puderam acompanhar obras de primeira linha. São elas: A Comédia do Poder; Eu Me Chamo Elisabeth; Paris, Eu Te Amo; Em Direção ao Sul; Você é Tão Bonito; No Calor do Verão e A Cidade Está Tranqüila.
É uma tarefa complicada ao extremo dizer qual destas produções é a melhor, não tem como chegar a uma conclusão desse tipo. Todas sem exceção são de primeira linha. Infelizmente, não tive o privilégio de assistir No Calor do Verão e A Cidade está Tranqüila, mas com certeza, e, segundo a crítica, são obras-primas, assim como as outras.
A Comédia do Poder (2006) fala de poder e corrupção com pitadas de ironia, que o diretor Claude Chabrol soube utilizar na medida certa. A atuação da atriz Isabelle Huppert dispensa comentários, e é capaz de deixar qualquer um embasbacado. Eu Me Chamo Elisabeth (2006), que se passa na década de 1940 no interior da França, é um drama que fala de separação familiar de forma bem leve e meiga, capaz de deixar no final a sensação de ‘que pena que já acabou’. Paris, Eu Te Amo (2006) é uma produção realizada por 23 cineastas de diferentes países, entre eles os brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas. Cada diretor teve 5 minutos para contar uma história que mostrasse uma das faces de Paris, que foi a grande estrela da produção. Este filme também conta com um elenco estelar, entre eles, Juliette Binoche (Chocolate) e Nathalie Portman (V de Vingança). Você é Tão Bonito (2006) é uma comédia romântica graciosa que provoca risos sem necessidade de apelação. E para o fim deixei Em Direção ao Sul (2005), co-produção França-Canadá. A narrativa, uma das que mais gostei, acontece na década de 1970 numa praia paradisíaca do Haiti, onde duas estrangeiras maduras se apaixonam por um nativo de 18 anos, dando origem a uma disputa que envolve sensualidade misturada com carência afetiva.
Com essa rodada de filmes franceses veio junto uma onda de satisfação e prazer por poder assistir obras tão bem produzidas e qualificadas. Ao mesmo tempo em que dava vontade de sorrir, também dava vontade de chorar, pois os olhos enchiam de lágrimas no fim de cada filme, e a boca ficava salivando, querendo mais e mais e mais. E o idioma inglês nem fez falta. Agora, é esperar 2007 chegar e esperar que a sexta edição do festival venha para nossa cidade novamente.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

VITRINE DA LITERATURA - Nº 4

1984 – de George Orwell

Por Joannes Lemos
“Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre”. Esse breve discurso ficará imortalizado como uma das preciosas preces de George Orwell, considerado um dos mais influentes escritores políticos do século XX.
E 1984 não poderia ter saído de outras mãos que não as de Orwell. A magnífica obra foi escrita em 1948, dois anos antes da morte de Orwell, e ainda mostra-se mais atual do que nunca. O livro é uma metáfora sobre o poder e as sociedades modernas, uma triste história de abuso de poder e totalitarismo desenfreado. No ano de 1984, o mundo está dividido em três grandes superestados: a Eurásia, a Lestásia e a Oceania. Esses três grandes estados vivem, ou pelo menos aparentam viver, em uma guerra implacável e permanente.
O desenrolar da trama orwelliana acontece em Londres, localizada no superestado da Oceania. O personagem central do enredo é o jovem Winston Smith, um jovem funcionário pós-balsaquiano do Ministério da Verdade. Isso mesmo, Ministério da Verdade. Mas não se deixe enganar pelo nome dessa instituição pública totalitarista. Lá também é possível encontrar o Ministério do Amor, Ministério da paz e Ministério da Fartura. Porém, suas funções não condizem com esses nomes, pois o objetivo desses Ministérios é realizar o inverso do objetivo que o povo acredita.
Winston, assim como todos os outros, vivem em um regime tirano, que exerce total pressão e opressão na vida dos cidadãos. Até a língua, o modo de falar e escrever das pessoas, passa a ser exercido de forma totalitária, ganhando o nome de Novilíngua. E o objetivo de criar uma nova língua é fazer com que, após alguns anos de uso, as pessoas não pudessem expressar suas idéias e emoções, visto que as palavras certas para isso, em desuso, seriam totalmente esquecidas depois de um tempo. E cada vez mais, os cidadãos viveram na mais completa submissão, uma vida obscura, sem sentimentos, sem evolução, sem perspectiva de justiça.
Mas existem coisas piores. Todos, sem exceção, vivem dia e noite vigiados pelas intrigantes teletelas. Em todos os cômodos, de todas as casas. Em todos os becos, em todas as ruas. Em todos os cantos. Não é possível dar um passo em falso, não é possível conspirar, não é possível rebelar-se. Onde não existem câmeras, existe a presença de microfones. É assim que o chefe supremo do Partido, o Grande Irmão, controla a vida de todos, passo a passo, sem qualquer pudor. É assim que Winston Smith convive. Ele, porém, quer conspirar, planeja vários esquemas com sua amada Júlia. Mas o livro de George Orwell não é um romance açucarado, muito menos um roteiro de novela mexicana. Ele acaba de forma extenuante. Derrotado. Não consegue mudar a realidade em que vivia. Uma realidade de um governo egocêntrico e que se qualifica como excelso, onde não existe liberdade de expressão, liberdade de opinião, liberdade ideológica. Inclusive, um dos lemas do Partido autoritário é “Liberdade é Escravidão”.
Dessa forma, os tiranos conseguem ludibriar boa parcela dos cidadãos, tendo a audácia de dizer fazer o melhor para todos, com estatísticas enganadoras. E os cidadãos acreditam, ou pelo menos se deixam enganar, achando que aquela é a melhor forma de governo. E a história de 1984 termina com tudo igual ao que era na primeira página. E o mundo obscuro da insanidade política continua o mesmo.
Vale lembrar que 1984 é o livro que inspirou a criação da febre mundial Big Brother, ou, Grande Irmão. Como se do que precisássemos hoje em dia fosse ser vigiado e controlado o tempo todo, e não exercer controle.
E assim dizia George Orwell, o famoso pseudônimo de Eric Arthur Blair: “Quando me sento para escrever um livro, não digo para mim ‘vou produzir uma obra de arte’. Escrevo porque existe alguma mentira para ser denunciada, algum fato para o qual quero chamar atenção, e acredito sempre que vou encontrar quem me ouça”.
Qualquer palavra que ele diga deve ser refletida, para conscientizar e humanizar o sentimento, as iniciativas e os ideais das futuras gerações.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

ARTIGO.COM - Nº 3

Democracia Envergonhada
Por Joannes Lemos
Com as eleições 2006 o Brasil mostra mais uma vez que é um país democrático. Em todo domínio nacional o que vimos foi um pleno exercício de cidadania, onde todos com mais de 16 anos puderam expressar suas opiniões, através do ato livre do voto. Um ato um tanto gratificante, não fosse por um detalhe. Por ter um lado positivo, a democracia também tem seu lado negativo. São duas faces de uma mesma moeda.
Existe uma famosa frase que diz que a democracia é o governo do povo para o povo. Aí é que mora o perigo. Em muitos casos, não é bem assim. Na verdade é o governo da elite, às vezes para o povo, e na maioria das vezes para a própria elite.
O problema maior da democracia é a escolha dos candidatos errados. Infelizmente, a maioria da população brasileira não faz uma reflexão antes de votar. É preciso ponderação. É preciso conhecer as propostas de trabalho, as metas e o histórico do candidato em que se vai votar. A maior parte do eleitorado não faz isso, e o resultado dessa arrogância já conhecemos.
Em várias partes do país, figuras das mais estranhas foram eleitas. O estado de São Paulo foi um dos que mais elegeram figuras ‘bizarras’. Um deles foi Paulo Maluf, aquele que diz ‘isso não é meu’, e foi eleito o deputado federal mais votado de São Paulo, com 739.827 votos. Outra figura estranha eleita foi o estilista Clodovil Hernandez, com 493.951 votos. Curioso ou não, Clodovil deixava bem claro que não possuía nenhum plano de trabalho. Ao ser perguntado por um jornalista da Folha de S.Paulo qual seria a primeira coisa que faria quando chegar à Brasília, ele foi categórico e banal: “Vou olhar a decoração e os móveis da minha sala”. A campanha do sujeito na TV parecia um quadro do Zorra Total. Em uma das falas ele dizia “Brasília nunca mais será a mesma", e em outra, debochava: “Meu número é 3611, e sabe por que? Porque 24 já era, o negócio agora é 1 atrás do outro”. Quanta baixaria.
Encerrando a seleta lista – só para ficar em alguns exemplos – São Paulo elegeu para a Câmara Federal Frank Aguiar (o cãozinho dos teclados) e o petista envolvido em certos esquemas ilícitos, José Genoíno. Não poderia deixar de citar a vitória do ex-presidente Fernando Collor ao senado, pelo estado das Alagoas, da briguenta e atuante Heloísa Helena.
É claro que não temos só exemplos ruins. Alguns candidatos sujos não conseguiram a reeleição, como a Deputada Federal por São Paulo Ângela Guadagnin, aquela que sambou no plenário da Câmara. No Espírito Santo, a maioria dos envolvidos no mensalão capixaba também não foram reeleitos, provando que os eleitores estão atentos, ou pelo menos parte dos eleitores.
E assim termina o 1º turno das eleições, com muitas surpresas, boas e ruins. Independente dos resultados, a democracia ainda é o melhor método para decidirmos quem deve representar a maioria. Agora, o maior desafio é ensinar os brasileiros a fazer suas escolhas da melhor maneira. E isso não se faz sem conhecimento e informação. Muita informação, em doses exageradas.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

CONTO RELÂMPAGO - Nº 3

A Lamparina
Por Joannes Lemos
Bem nos confins do interior de uma cidadezinha, uma pequena família vivia modestamente, sobrevivendo através do cultivo do café. A humilde e singela casinha não possuía energia elétrica. Mas isso não era problema para Inezita, a mais nova de cinco irmãos. Todos os dias, ela se via ansiosa pela chegada da noite, pois assim poderia fazer a leitura dos livros que pegara emprestados em sua escola, que ficava na cidade. Toda ansiedade existia porque a leitura seria feita sob a luz de sua fiel acompanhante, uma lamparina, que seu pai adquirira na mercearia.
Inezita achava a leitura com a lamparina mais prazerosa, emocionante. As páginas, as letras, como ela mesma achava, ficavam mais bonitas quando estavam iluminadas pela luz amarelada da lamparina.
Mas o que Inezita não esperava aconteceu.
A companhia de serviços elétricos instalou em sua casa a tão sonhada energia elétrica, que seus pais tanto desejavam. Agora, sua amiga de leituras, a lamparina, seria esquecida por todos.
No entanto, Inezita não deu importância para o progresso que acabava de chegar. Todas as noites ia para o canto mais escuro da casa, apagava a lâmpada e acendia a lamparina. Entrava em êxtase ao ver que sua luz preferida ainda brilhava intensamente, e descobriu, definitivamente, que uma das coisas que mais gostava na vida era a escuridão, pois sem ela, não poderia desfrutar das luzes de sua amiga – a lamparina.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

ALIANÇA DOS ALIENÍGENAS ALIENADOS



Por Joannes Lemos
No ano de 2006, nosso país é tomado novamente por uma onda de invasões. Eles estão por todos os lados, em todas as partes. Não temos para onde correr. Não temos para onde fugir. De tempos em tempos, o Brasil é invadido por uma tempestuosa aliança. Ela é a Aliança dos Alienígenas Alienados.
Seres intergaláticos, alienígenas sanguessugas, que agem como predadores vorazes que buscam a todo custo o benefício próprio. Esses seres estão em várias partes do planeta, mas o Brasil é um dos países onde eles se encontram em maior quantidade, e Brasília é a cidade preferida dos invasores, talvez porque fique bem no coração do país, no planalto central, um bom lugar para pousar suas naves espaciais.
Impressionante é a maneira como vivem. São extremamente cúmplices um do outro, formando poderosas alianças que visam somente à exploração dos bens dos habitantes do nosso país. São seres usurpadores que usam disfarces. As vezes, fica até difícil identificar um alienígena dessa espécie, que volta e meia conseguem se infiltrar entre as pessoas de bem.
Não é possível saber exatamente de onde esses seres vieram. O que sabemos é que são seres sedentos pelo poder a todo custo. Eles querem ter nas mãos o domínio de toda riqueza. Mas outro fato também é do conhecimento de todos. Os membros da confraria da AAA aparecem durante alguns meses do ano, e, depois disso, desaparecem, como num truque de mágica. E aí, depois de algum tempo de paz, somos novamente atacados. Um ciclo vicioso. Nesse ritmo, sobrevivemos.
E não percam, em breve a segunda parte da Aliança dos Alienígenas Alienados

sexta-feira, 21 de julho de 2006

TEMA GERAL

ASSIM NO LÍBANO COMO NO BRASIL

Por Joannes Lemos
Do ponto de vista financeiro e cultural, Brasil e Líbano não possuem aspectos em comum, sendo diferentes nesse quesito. Não podemos dizer o mesmo no que diz respeito a segurança de ambos.
Recentemente, uma onda de conflitos e instabilidade tomou conta dos dois países. O Líbano, porém, enfrenta uma situação dantesca, demasiadamente grave, que abala todas as estruturas do país: a econômia, a política, a segurança e, principalmente, interfere na estrutura familiar de todos os libaneses e também nas famílias de outros países que tem parentes no Líbano.
No Brasil, vivemos um conflito interno, de proporções menores por qual passam os libaneses, mas não menos grave. Aqui o problema é a péssima administração do sistema carcerário e das políticas públicas de segurança, e com isso acompanhamos uma perigosa inversão de papéis: os bandidos ordenam; o governo obedece, acuado como um macaquinho das florestas amazônicas. E o que vemos são marginais sem escrúpulos dando ordens de seus Motorolas, LG’s e Samsungs pré-pagos escondidos e livres nos interiores dos presídios de “segurança máxima”. Sendo assim, ônibus são queimados e depredados pelas facções, e a população, que necessita desse serviço para trabalhar e estudar, para mover a engrenagem brasileira que teima em não rodar, essa população fica num mato sem cachorro. Agentes penitenciários e PM’s, e até seus parentes, são assassinados de forma torpe e cruel, levando ao total desespero e infelicidade seus familiares. Isso vem acontecendo com freqüência em capitais como São Paulo, e em menor escala também em Vitória. O número de vítimas só aumenta.
Vamos atravessar o mar novamente e voltar ao Líbano. O conflito que aquela nação enfrenta deixa todos indignados. Indigna quem convive dia e noite em meio a bombas e ataques aéreos, e indigna quem está longe e acompanha tudo pela TV. Revolta saber que os seres humanos – desumanos é a palavra correta – são capazes de tal ato, deixando um dos países da região que é o Berço da Humanidade à beira do caos. Chega ser torturante saber que um país como o Líbano vive um completo desarranjo, país aquele que já foi considerado do ponto de vista financeiro a Suíça do Oriente, e do ponto de vista turístico era comparado com Mônaco, com seus cassinos e hotéis de luxo. Beirute, a capital libanesa, está praticamente em ruínas e às moscas. Os hospitais, órgãos públicos e emissoras de TV funcionam precariamente.
O conflito vivido pelos libaneses difere do que vivemos aqui no Brasil. Nos anos 60, Líbano passou a ser atacado por Israel por motivos políticos e econômicos. Com a desculpa de realizar a defesa do país, a Síria ocupou o Líbano por quase três décadas, tendo saído do país por ordem da ONU e após o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês, Rafik Hariri, que se posicionava contra a ocupação dos sírios. Como as fronteiras do Líbano ficaram desprotegidas sem a presença do exército sírio, os israelenses retornaram a bombardear alvos civis do Líbano a partir do dia 13 de julho deste ano, em resposta às açoes criminosas do grupo Hesbolah, fazendo várias vítimas, na maioria crianças, e entre essas crianças estão três brasileirinhos.
Líbano precisa de ajuda, é uma nação sem exército, sem nenhum sistema de defesa. O Brasil também precisa de ajuda. Possui exército, mas parece não saber utiliza-lo da melhor forma, pelo menos aqui em nosso território. O governo paulista precisa do exército, oferecido pelo governo federal, mas não quer aceitá-lo. São Paulo tem governador? Será que Cláudio Lembo tem noção do cargo que possui e da tarefa que assumiu?
O Brasil montou uma operação para resgatar os brasileiros que estão no Líbano e que de lá querem sair. Eles merecem ajuda, sem dúvida, assim como todo povo libanês carece de apoio. Resta saber quem irá ajudar os brasileiros do Brasil e acabar com nossos conflitos.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

CINE MILÊNIO - Nº 3

Vem Dançar
Por Joannes Lemos
A arte da dança sem dúvida é um dom nato. Nem todos que almejam dançar bem conseguem, é preciso gingado. Mas em ‘Vem Dançar’, Estados Unidos, 2006, a questão não é essa. A questão aqui é outra, de cunho social.
Pierre Dulaine (Antonio Banderas) é um dançarino de salão profissional, um mestre da dança. Certa noite, Pierre se depara na rua com um garoto destruindo o carro, que veio a saber depois, ser da diretora de uma escola próxima.
Preocupado com o futuro dos alunos dessa escola da periferia – ou com a falta de futuro – Pierre se disponibiliza junto a Augustine, a diretora, e se oferece como professor de dança para os alunos problemáticos da escola, que possui uma extensa lista de ex-alunos assassinados por estarem envolvidos com o crime.
Aí começa o desafio de Pierre, que tenta ensinar ritmos clássicos, como tango e valsa aos alunos-problema, que estão mais interessados em hip-hop e outros ritmos da periferia. Depois de enfrentar resistência, os alunos vão se dobrando e rendendo-se às investidas de Pierre, e desse confronto nasce um novo estilo de dança, com uma mistura dos ritmos clássicos com os ritmos da periferia.
Depois de muito ensaio, os alunos participam de uma competição de dança de salão com profissionais, e alguns deles conseguem chegar as finais.
Vem Dançar é baseado na história real de Pierre Dulaine (o Pierre original foi consultor artístico do filme). É também uma história bem parecida com outros filmes já conhecidos como ‘Meu Mestre, Minha Vida’, ‘Dança Comigo’ e ‘Ao Mestre com Carinho’, mas aqui a história é verdadeira, um exemplo de uma pessoa interessada em mudar a realidade social de outras pessoas, que convivem com o crime, falta de emprego e recursos, sem nenhuma perspectiva de vida e com todo tipo de disparidades de uma sociedade cada vez mais áspera e mortificante.
É claro que Vem Dançar conta com muitos problemas, principalmente pelo fato de ser dirigido por Liz Friedlander, que é estreante na cadeira de diretora de cinema. Ela se esqueceu, por exemplo, de mostrar com mais ênfase a vida de alguns alunos e seus percalços. No fim do filme ficou ainda uma pergunta: Será que a dança realmente mudou a vida daqueles alunos após a competição de dança de salão?
Apesar dos pesares, fica aí uma boa dica de diversão, com uma mensagem importante para ser refletida nos dias de hoje.

domingo, 21 de maio de 2006

VITRINE DA LITERATURA - Nº 3

Fortaleza Digital
Por Joannes Lemos
Você alguma vez já pensou na possibilidade de que todas as mensagens que envia para alguém pela internet podem estar sendo lidas por pessoas que você nem imagina que existam? Se você não sabe a resposta, então é melhor ler o incrível Fortaleza Digital, o 1º best-seller de Dan Brown, lançado em 1998 nos EUA e publicado no Brasil pela Editora Sextante, com tradução de Carlos Irineu da Costa. É o livro menos empolgante de Brown, mas não deixa de ser uma leitura interessante.
O pano de fundo desse engenhoso livro de ação e suspense é a comunicação virtual. Pessoas de todas as partes do mundo fazem uso, diariamente, da rede mundial de computadores, seja para conversar, descontrair, ou, trocar informações secretas. O problema é que nessas informações secretas existem vários planos de ataques terroristas e outros atentados do tipo. É na luta contra as informações secretas para impedir ataques terroristas que se envolve a NSA, a Agência de Segurança Nacional dos EUA. Uma poderosa organização, mais importante que a CIA ou qualquer outra organização de inteligência do mundo.
Com o objetivo de decifrar todas as mensagens, escritas em código, a NSA lança um supercomputador, capaz de quebrar todos os códigos e descobrir diversos planos maquiavélicos. No entanto, essa supermáquina de U$S 2 bilhões se depara com um código inquebrável. É então que entra em cena Susan Fletcher, a mais brilhante criptógrafa da NSA, que terá que descobrir uma maneira de contornar essa embaraçosa situação.
No decorrer da história muita coisa acontece, muitas pessoas morrem, numa luta desesperada para impedir que segredos de estado sejam revelados, e que a troca de informações possa continuar sendo vigiada para garantir a paz e a segurança.
Essa obra também aborda a luta de diversos grupos preocupados com a privacidade digital, e as liberdades individuais que as pessoas teriam direito ao usar a internet. Fato interessante desse livro é que Dan Brown contou com a ajuda de dois criptógrafos anônimos, ex-membros da NSA, que contribuíram com as pesquisas para a construção dessa obra, através de e-mails anônimos.
Se você ficou interessado nessa trama, vale a pena dar uma conferida.

domingo, 7 de maio de 2006

EM FOCO

Menino mal, não sabe que é feio fazer greve de fome. Garotinho desobediente, vai ficar sem o video game no fim de semana!
Você acha que a figura acima está fazendo encenação ou está tendo uma atitude séria?
Clique em comments e dê sua opinião.

sexta-feira, 28 de abril de 2006

TV BEST BRASIL - Nº 2

O Futuro da Caixinha de Surpresas
Por Joannes Lemos

Ao longo da história da humanidade, a vida assistiu a diversas transformações, evoluções e atualizações. Atualmente, vivemos em um mundo onde tudo evolui rápido. Os desenvolvimentos da biomedicina, da informática e de várias tecnologias permitem que o homem viva melhor, com mais prazer e qualidade. E uma das formas que fazem com que as pessoas se sintam felizes e descontraídas é a TV, essa caixinha de surpresas que há 56 anos entrou nos lares brasileiros. Mas, o que teremos em nossas casas em breve não será uma simples caixinha de surpresas.
Já faz alguns meses que vem sendo amplamente discutido pelos meios de comunicação a implantação da TV Digital no Brasil. Mas esse tema já é discutido em nosso país há três anos, e, quando for definitivamente implantado, será a 2ª revolução na nossa tv. A 1ª foi a passagem do preto e branco para o colorido. Por enquanto, não existe nada de definitivo com relação ao padrão que o país irá adotar. Recentemente, foi divulgado que o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, junto com representantes de grandes grupos de comunicação, teriam optado pelo padrão japonês, mas ainda nada foi assinado.
Para entender o motivo desse imbróglio é preciso citar que existem no mundo três padrões de TV Digital:o padrão ATSC (Advanced Television Systems Committee), criado em 1994 e adotado pelos EUA, Canadá, México e Coréia do Sul; o padrão DVB-T (Digital Video Broadcasting Terrestrial), criado em 1996 e adotado por países da Europa, África, Ásia e Oceania, e o padrão ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), criado pelo Japão em 1999 e usado, até o momento, somente por este país. No Brasil, depois de vários estudos e pesquisas para analisar os três padrões, e com forte influência das grandes empresas de telecomunicações, a disputa foi focada entre os padrões japonês e europeu. A diferença entre eles é que o padrão europeu (DVB-T) foi desenvolvido pensando na multiprogramação, ou seja, um canal que transmiti vários programas no mesmo horário. Já o sistema japonês (ISDB-T) investiu em alta e baixa definição, tendo como diferencial a possibilidade de transmitir o conteúdo da tv para celulares e aparelhos em movimento (como dentro de um carro).
A Rede Globo declarou publicamente que é a favor do sistema japonês. O diretor da Central Globo de Engenharia, Fernando Bittencourt, afirmou que “o sistema adotado no Japão é o mais avançado tecnologicamente e o único a oferecer as características de alta definição, mobilidade e portabilidade no mesmo canal de televisão”.
Com todo esse impasse em torno do assunto, o Brasil é quem perde, ficando cada vez mais atrás no uso dessa nova tecnologia. Somos um dos poucos grandes países do mundo que ainda não decidiu qual padrão adotar. Outros mercados importantes em desenvolvimento, como o México, Índia e China já deram seus pontapés iniciais e largaram à nossa frente. Mas, depois de decidido o padrão a ser utilizado, todo o processo de migração para a TV Digital deve durar cerca de 15 anos, segundo especialistas. E quando a TV Digital for completamente implantada, um dos grandes atrativos será a convergência das mídias, ou seja, a utilização simultânea de diversos meios de comunicação pelo receptor de tv. Com isso, será possível acessar e-mails, consultar sites, fazer buscas, realizar compras pelo controle remoto, ter acesso a serviços de governo eletrônicos e uma infinidade de tarefas antes impensáveis para um simples aparelho de tv.
Todos os programas das emissoras – novelas, jogos de futebol e programas de auditório- serão gravados no formato digital. Isso significa que o nível de detalhes será muito maior. Nas novelas, será possível perceber truques como uma parede de papelão e isopor que formam um cenário, e será impossível disfarçar as ruguinhas das atrizes com maquiagem. Para aproveitar tudo o que a TV Digital irá oferecer, será necessário adquirir um televisor com sistema digital, as tvs da nova geração, com monitores de plasma ou LCD. No entanto, esses aparelhos custam muito caro, e a alternativa será adquirir um aparelho conversor, chamado “set top box”, que deverá custar entre R$100 e R$600, dependendo da tecnologia e recursos desejados.
Enquanto a TV Digital não é definitivamente adotada no Brasil, vamos ficando com água na boca com essa nova possibilidade de entretenimento. Mas é preciso deixar claro que não podemos nos preocupar apenas com a imagem de cinema, som de CD e alta definição que ela nos proporciona. Com a possibilidade de multiprogramação, a população merece que seja feita uma regionalização da produção, com mais programas locais, que destaquem as diversas culturas e comunidades, pois hoje o país inteiro é bombardeado pelas produções do eixo Rio-São Paulo. Com certeza, o bem maior que a TV Digital poderá trazer será a democratização dos espaços de comunicação
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quarta-feira, 26 de abril de 2006

TEMPO DE MUDANÇAS

Por Joannes Lemos
Caríssimos Leitores e Amigos, como tudo na vida muda, resolvi também fazer umas mudanças aqui no meu blog. Coloquei um novo visual, porque ficar com uma mesma roupa por muito tempo não dá, não é verdade?E também é cansativo, tanto para os olhos quanto para a mente. Foi pensando na atualização é que resolvi experimentar novas cores.Afinal de contas, não é a toa que o nome desse blog é Contemporâneo. Por isso ele tem que ser sempre atual. Quero destacar também que os textos publicados há mais tempo ainda podem ser lidos, a qualquer momento, bastando procurar na coluna ao lado, bem lá embaixo, a palavra archives. Aí, é só clicar no mês desejado e ler os textos publicados naquele período. E pensando nos meus amigos que prestigiam esse espaço lendo meus textos, resolvi mudar algumas configurações junto ao servidor. Agora, todos podem fazer seus comentários, e, espero, e acredito, que vocês farão comentários construtivos.Serão aceitos sugestões, opiniões, dicas e críticas, desde que tenham fundamento e sirvam para melhorar a qualidade desse espaço, afinal faço ele pra todos vocês.Espero que as mudanças agradem a todos.Um forte abraço!

CONTO RELÂMPAGO - Nº2

Sereias não sabem nadar

Por Joannes Lemos
Por onde ela passava arrancava suspiros. Até quem não gostava da fruta ficava admirado com a beleza esbanjadora daquela moça esbelta, de longos cabelos castanhos, pele rosada e macia como bumbum de anjo celestial.No entanto, essa bela donzela morria de vergonha de freqüentar aquele clube que ia todos os fins de semana, tudo porque não sabia nadar. Às vezes era motivo de chacota entre os amigos íntimos, que a chamavam de Sereia Aleijada.Um dia, um de seus amigos lhe disse que para aprender a nadar instantaneamente, bastava comer uma generosa porção de peixe crua. Ela duvidou, mas resolveu apostar na idéia, acreditando que as proteínas e energias do peixe, que acabara fazer a passagem e agora seria degustado, correria por suas veias, lhe dando a capacidade da natação.Foi num sushibar, pediu a porção mais cara de salmão e se deliciou. Passados mais de dois meses, a bela sereia ainda não sabia nadar. Viu-se enganada pelo amigo.Mas de uma coisa ela sabia. Não conseguia mais viver sem o seu tão suculento peixe cru.

ARTIGO.COM - Nº 2


MONEY NO BOLSO, EDUCAÇÃO E SUCESSO
Por Joannes Lemos
O desemprego é uma das pragas que a um bom tempo assola nosso solo, assim como a seca, a fome e, é claro, a corrupção. Pelas ruas das grandes cidades brasileiras o que vemos são filas e mais filas de pessoas na luta por um lugar ao sol no ultra competitivo mercado de trabalho. Com a carteira de trabalho na mão e o currículo na pasta, a esperança, mesmo que distante, brilha nos olhos de cada individuo que luta por um salário digno e melhores condições de vida. Mas, infelizmente, nossa economia não tem dado conta de absorver toda mão de obra disponível.O problema é que essa praga chamada desemprego não é exclusiva da nossa economia. Como uma epidemia, tem se espalhado por diversos países do mundo. É o que demonstra um relatório da Organização Internacional do Trabalho, a OIT, que mostra que nunca houve tanta gente sem trabalho no mundo. Em 2005, foram contabilizados 192 milhões de pessoas sem emprego. Nos últimos 10 anos, 34,5 milhões se somaram a massa dos que não conseguem uma ocupação. Nos países ricos, várias empresas anunciam corte de pessoal. Em apenas 45 dias, 8 grandes empresas anunciaram o fim de mais de 80 mil postos de trabalho. Uma delas foi a France Telecom, que no mesmo dia que divulgou aumento de 89% nos lucros, decidiu cortar 17 mil empregos até 2008. Vários especialistas dizem que quem ganha com isso são os países emergentes como o Brasil, pois as vagas cortadas nos países ricos migram para os países mais pobres, já que em países como o nosso o custo com mão de obra é relativamente mais baixo. Mas não precisamos desejar que nossos irmãos estrangeiros convivam com o mal de perder seus empregos para que tenhamos os nossos.Para se tornar um país competitivo em todas as áreas e gerar mais postos de trabalho é necessário uma educação de qualidade. Isso o Brasil não tem nem de longe. Nosso ensino é extremamente fraco, uma calamidade, um caos. Os professores são mal remunerados, mal treinados, e às vezes não sabem passar o pouco que sabem. A solução é estudar numa escola particular, mas isso poucos podem pagar. Para nos tornarmos um país que exporta tecnologia de ponta, temos que investir em mão de obra altamente qualificada. Isso só será possível com uma grande e radical reforma na educação, com mais implantação de centros profissionais e mais vagas nas universidades. Ou senão, iremos vender produtos manufaturados por um bom tempo, e esse mercado não irá absorver todo nosso contingente de desempregados.O brasileiro é esperto, e apesar de toda crise, sempre da aquele jeitinho para driblar os percalços da vida. Fazem o que podem para poder sobreviver, e no momento de aperto, não hesitam e vão pra rua vender sorvete, cachorro-quente e bugigangas. Com a crescente modernização, alguns ofícios deixam de existir, colocando mais pessoas nas ruas. Outros nascem, e quem tem especialização, abocanha a vaga. É o caso dos engenheiros mecatrônicos, uma profissão nova que mistura mecânica e eletroeletrônica, e que não consegue encontrar profissionais suficientes para preencher seus quadros. Os salários nesse setor podem passar de R$ 4mil. O Ministério do trabalho e Emprego diz que no Brasil existem cerca de 3 mil atividades, divididos em 600 grupos.Para gerar empregos, já foi falado nesse artigo que é necessário investimento em educação. Um outro assunto que gera controvérsias é com relação a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Para muitos, uma mudança nas leis da CLT, com corte de benefícios como o 13ºsalário e férias remuneradas poderia aumentar as vagas no mercado, o que eu acho um absurdo. Para o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, não é o fato de uma legislação ser ou não rigorosa que vai gerar empregos. Ele também é contra mudanças na CLT. Talvez a redução da carga tributária nas folhas de pagamento, o bicho papão das empresas, seja uma maneira mais eficiente de gerar novas vagas.Falta consenso dos empresários e do governo para tomar uma posição definitiva e encontrar um plano de emergência que amenize a situação dos brasileiros sem emprego. Devemos pensar nas crianças que tem seus pais sem emprego, nas crianças que estão famintas e com frio, e deixar de nos preocupar com o que o astronauta brasileiro comeu ou deixou de comer no espaço. Ele já teve a educação que merecia, por isso chegou aonde chegou. Agora temos que nos preocupar com nossos milhões de pequeninos que serão nosso futuro.

CINE MILÊNIO - Nº 2

A Era do Gelo 2

Por Joannes Lemos
Vivemos em um mundo conturbado atualmente. Crises, desmatamentos, poluição. O aquecimento global coloca várias nações em alerta com o derretimento das calotas polares. E coloca em alerta também a trupe de A Era do Gelo 2 (Ice Age: the Meltdown, Estados Unidos, 2006).O mamute Manny, o tigre Diego e a engraçada preguiça Sid vivem uma aventura politicamente correta na seqüência do sucesso que está levando milhões de pessoas as salas de exibição cinematográfica do Brasil e do mundo. O filme diverte a todos e coloca o público pra pensar nos problemas provocados pelos danos à camada de ozônio e nas enchentes monumentais que o aquecimento global pode provocar. Pensando nos riscos de uma eminente extinção das espécies, o trio de mamíferos tem a árdua tarefa de conduzir todos seus contemporâneos para um lugar seguro, onde terão a sua espera uma verdadeira Arca de Noé.No decorrer da jornada várias ações engraçadas acontecem. Manny encontra uma mamute, Ellie (interpretada na dublagem brasileira por Cláudia Jimenez) que pensa ser um gambá. A tarefa de convencê-la que é um mamute é hilária. Outra cena que dispensa comentários são aquelas protagonizadas pelos abutres, que vivem seguindo o bando, dizendo que quem vacilar vai virar banquete.Mas se você pensa que é só isso, se engana. Essa seqüência não poderia deixar de contar com a presença do impagável esquilo Scrat, que obcecado por avelãs, provoca catástrofes de proporções bíblicas. Scrat é criação do brasileiro Carlos Saldanha, diretor da animação. Foi isso mesmo que você leu. O diretor de A Era do Gelo 2 é um brasileiro, o brasileiro que mais longe chegou em Hollywood, fixando-se como um dos grandes nomes do cinema de animação mundial. Sob seu comando está uma equipe de mais de 300 pessoas.Uma equipe, que por sinal, é muito competente, pois fizeram o longa de animação em apenas dois anos. Pode parecer muito, mas o normal são de três a quatro anos para um filme animado ficar pronto. O resultado não poderia ter sido melhor. Agrada todas as faixas de idade.
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O Jardineiro Fiel

Os problemas de países pobres são constantes temas de conferências e de reportagens na tv. Os problemas de países miseráveis como o Quênia é o tema que virou pano de fundo para O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener , Inglaterra, 2005).Com a brilhante direção de Fernando Meirelles, o mesmo de Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel traz no elenco o casal Justin (Ralph Fiennes, que atuou em O Paciente Inglês e Harry Potter e o Cálice de Fogo) e Tessa (Rachel Weisz, a Evelyn Carnahan de A Múmia e O Retorno da Múmia). O longa conta a história de um funcionário da diplomacia inglesa que se envolve com uma militante de causas humanistas. Apaixonados, acabam se casando. Justin, que nas horas vagas pratica jardinagem, é reservado, enquanto Tessa se envolve de cabeça nos problemas dos mais fracos, e junto com seu amigo médico Arnold Bluhm, quer dar melhores condições de vida a população miserável.Porém, ela se envolve demais, com o objetivo de divulgar um esquema de corrupção que envolve a milionária indústria farmacêutica e políticos. Acaba pagando com a vida. Com a missão de desvendar o motivo da morte de sua esposa, Justin enfrenta uma jornada por vários países para descobrir por quem e por que Tessa foi brutalmente assassinada.Todos esses ingredientes resultam numa trama emocionante, com ótimas cenas e imagens capazes de tirar lágrimas dos olhos. Sem falar no tema, bastante atual e polêmico. O Jardineiro Fiel é baseado no livro de John Le Carré. Foi indicado a vários prêmios, vencendo, entre outros, o British Independent Film Awards. Uma produção que vale a pena ver e rever.

TEMA GERAL

A Globeleza do Planalto
Por Joannes Lemos
Já é antiga a história de que no Brasil tudo acaba em pizza, e, há pouco tempo, essa tese foi reforçada ainda mais em Brasília. E agora, parece que tudo acaba em samba também. Foi com samba que terminou uma das sessões da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados.O episódio aconteceu após o deputado João Magno (PT-MG) ser absolvido das acusações que vinha sofrendo por receber dinheiro do valerioduto. Foi a partir desse momento que o showzinho de mediocridade e arrogância começou. A deputada federal Ângela Guadagnin (PT-SP), num misto de empolgação e falta de bom senso se levantou de sua confortável poltrona, e, num sacolejar desengonçado, iniciou o samba da pizza pela vitória do amigo.Mas quão bom é o fato de termos uma imprensa competente, que registrou cada momento da infeliz comemoração. Foi uma questão de tempo para o rosto da anciã ser estampado nos jornais de grande circulação do país. Na TV não foi diferente. Todos os telejornais davam a notícia como mais uma bomba nas mãos do PT. A revista Veja, uma das mais bem conceituadas do país, estampou em sua capa a foto do momento de êxtase particular da parlamentar. Quem disse a essa senhora que ela é páreo pra Valéria Valença? O melhor de tudo isso é que a imprensa reagiu negativamente, e ela literalmente foi pra fogueira.Pelas ruas do país a população também reagiu com revolta e indignação pela atitude de Ângela. Muitos já pedem seu afastamento. No entanto, várias pessoas ouvidas pela imprensa disseram já estar acostumados com a impunidade. Não podemos nos acostumar com este tipo de situação. A oposição também pede o afastamento de Ângela. Segundo o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) o enredo foi repugnante e a coreografia foi grotesca. Já o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP) ironizou, dizendo que o melhor que Ângela deve fazer é arrumar um emprego de dançarina do ventre.Depois de toda repercussão que o fato causou, Ângela finalmente procurou a imprensa. Queria pedir desculpas aos eleitores pelos seus atos. Disse que fez o que fez num momento de manifestação espontânea, pois estava feliz porque o amigo era reconhecido como ‘inocente’. Ora, ora Dona Ângela, a senhora, em 1º lugar, não deveria pedir desculpas aos eleitores, e sim para a população em geral. Para as crianças, que não votam, deveria pedir desculpas e dizer “meus queridos, não façam isso em casa”. Aos jovens e adultos, esses sim eleitores, deveria dizer “será que continuo merecendo seu voto?”. E aos idosos, a fase em que ela se encaixa, deveria dizer “Que bom que o voto de vocês é facultativo”.A grande verdade, é que Ângela Guadagnin (guardem esse nome) foi infeliz no momento errado. Errado para ela, certo para nós, que em ano de eleições descobrimos mais uma maçã podre. Talvez naquele momento de empolgação pelo seu amigo, ela tenha se esquecido que em 2006 o público do sambódromo vai às urnas novamente. Não podemos tolerar tamanha falta de respeito.Ângela Guadagnin, a madrinha de bateria, a porta bandeira, a passista ou seja lá o que ela queira ser, é membro do conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Vamos ver até quando.

EM FOCO


Imagem do ano. Ângela Guadagnin: samba no pé e desrespeito pelos brasileiros

VITRINE DA LITERATURA - Nº 2

Ponto de Impacto

Por Joannes Lemos
Essa é a segunda edição da coluna Vitrine da Literatura, e pela segunda vez vou falar sobre um livro de Dan Brown, e não será a última. Não é para menos, pois se trata de mais uma obra do gênio do suspense e mistério. Se existisse o prêmio Nobel do Mistério, certamente quem ganharia seria Dan Brown.Seu mais recente lançamento, Ponto de Impacto (tradução de Carlos Irineu da Costa; Sextante; 440 páginas; 39 reais) é repleto desses ingredientes que o autor sabe usar na dose certa. Com isso, consegue prender a atenção do leitor do começo ao fim, da primeira a última página, onde existe um êxtase por cada parágrafo lido.A história do livro por si só já desperta curiosidade. Fala da possibilidade de vida extraterrestre e conta com riqueza de detalhes vários projetos da Nasa, e de quebra narra uma disputada eleição norte-americana.Nossa história começa no congelante cenário das geleiras Milne, no alto Ártico, onde foi encontrado pela agência espacial americana um enorme meteorito contendo fósseis, que comprovam a existência de vida extraterrestre. Para comprovar a veracidade de tamanha descoberta, é enviado para o local quatro renomados cientistas, entre eles Michael Tolland, o herói da história. Junto com eles vai a analista de inteligência do governo, Rachel Sexton, a mocinha do livro e filha do senador Sexton, adversário pela disputa a Casa Branca do candidato a reeleição Zachary Herney.No entanto, algo de muito estranho acontece. Nossos cientistas descobrem que toda a descoberta pode ser uma grande fraude, que teria sido criada para aumentar a credibilidade da Nasa e da Casa Branca. É aí que começa a diversão.Eles passam a ser perseguidos, numa fuga surpreendente, por um inimigo que controla assassinos profissionais à distância, e que dispõe dos mais avançados recursos para isso.É claro que não vou dar maiores detalhes, o grande vilão dessa história é uma pessoa que ninguém imagina. Só posso dizer que o casal Michael e Rachel fica junto no final, o que já era de se esperar.Como aconteceu com o best-seller “O Código da Vinci”, de Dan Brown, seria um enorme presente se Ponto de Impacto também virasse filme. Vale a pena ver na tela tudo o que foi lido no papel.

CRONICAMENTE FALANDO - Nº 2

Caminho de Conquistas

Por Joannes Lemos
Bem nos confins daquela região vivia uma família muito pobre, que, com muita luta e garra, tentava sobreviver do pouco que o sertão lhes oferecia. Ao todo eram oito crianças, todas famintas, sem nenhuma perspectiva de vida.Foi então que o pai, vendo seus filhos naquela situação, resolveu ir para uma cidade que lhe oferecesse melhores condições de vida. Foi e não mais voltou. Sua família foi atrás, a procura de seu chefe, mas nunca o encontrou. Resolveram, mesmo assim, ficar naquele lugar. Os anos que seguiram foram de muito sofrimento, angústia, fome. Mas apesar dos conflitos e lutas pessoais, aquelas crianças, que agora já eram adultos, buscavam seus lugares na sociedade.E de todos eles, um se destacou mais. Com seu espírito de liderança e seus ideais por uma melhor valorização dos trabalhadores de seu país, ele passou a ser conhecido e aclamado por todos, e respeitado pelas diversas lideranças.Depois de muito empenho e dedicação as causas trabalhistas, decide se candidatar à presidência de seu país, apesar de mal ter completado seus estudos. Ele acha que é no mais alto grau hierárquico de sua nação que poderá mostrar seu verdadeiro valor.Apesar de a maioria de seus conterrâneos serem gente como ele, simples, sofredora, ele não alcança seu objetivo. Mas não desisti. Com garra, insisti no mesmo objetivo, apesar da derrota se repetir por mais vezes.Então, depois que todos não acreditavam mais que ele fosse conseguir, seu sonho se realizou. Ele consegue, depois da longa escalada, chegar ao topo. Mas sua missão não era nada fácil, governar milhões de pessoas e um país com uma infinidade de problemas sociais e econômicos. Mesmo assim, consegue manter as coisas nos eixos, apesar de alguns deslizes de seus aliados.E foi assim, com sua simplicidade e carisma, que conheceu lideranças de outros países, e em uma de suas viagens pelo mundo, conheceu uma das lideranças mais famosas. Era uma rainha.Ela vivia em um país que era muito diferente, e ao mesmo tempo, muito parecido com o do seu convidado. Naquela nação, de pessoas ditas civilizadas, os policiais, homens da lei, matavam pessoas inocentes nas ruas, a sangue-frio. E ainda assim relutavam em pedir desculpas pelo assombroso equivoco.E assim passou a ser a vida de nosso personagem, que apesar de cometer algumas gafes, umas até difíceis de engolir, conduzia seu povo.

TV BEST BRASIL - Nº 1

O Ataque dos Clones

Por Joannes Lemos
Não confunda as coisas. O título acima não se refere a mega-produção de George Lucas. Para estrear a 1ª edição do TV BEST BRASIL, quero falar sobre o atual cenário da TV Brasileira.Certamente, você já deve conhecer como anda a nova programação da Rede Record. Por isso, deve ter percebido que ela está bem parecida com a da Globo. E está. Trata-se de uma espécie de clone eletrônico. A emissora da Barra Funda está descaradamente copiando a programação da Globo, e os próprios executivos da empresa não escondem isso de ninguém. As semelhanças estão nas novelas, no jornalismo, no esporte e nos filmes. Os mais desafisados, ao ligarem a tv e passarem rapidamente pelos canais e parar na Record, por um instante poderão pensar que estão na Globo.As novelas da emissora estão repletas de ex-profissionais da Globo, que vão de atores à equipe técnica, que trocaram de canal devido a oferta tentadora de melhores salários, que chegam a ser 4 vezes maiores que os da Rede dos Marinho.E o resultado se vê na tela: um produto de qualidade, com condições de competir com a Globo e com potencial de atrair grandes anunciantes. Um exemplo disso é a nova versão da novela ‘A Escrava Isaura’, que, produzida pela emissora, já foi vendida e exibida com sucesso em 12 países. A investida da emissora em teledramaturgia é plausível, visto que criou uma nova opção de trabalho no ramo artístico no país.No campo do jornalismo, a Record também tem se dado bem. O novo Jornal da Record, conhecido como “Clone Anão” do Jornal Nacional, agora é o telejornal mais visto fora da Globo. Na bancada, também existe um casal de apresentadores, como Willian e Fátima, mas que não são casados. São eles: o experiente Celso Freitas, ex-Globo, e a jornalista Adriana Araújo, também ex-Globo. Vários repórteres saíram da emissora carioca rumo a emissora paulista, também por melhores salários.As semelhanças continuam com os filmes que a Record acabou de adquirir, como Titanic e Gladiador, entre outros, que na Globo só não foram exibidos na Sessão da Tarde. No esporte a Record também tenta imitar a Globo, transmitindo o Campeonato Brasileiro,e também (ufa), tirando profissionais da concorrência.E assim, depois da vasta clonagem, a Record começa a colher os frutos que plantou.. Em vários momentos do dia fica na vice-liderança isolada da audiência, deixando o SBT pra trás. E a maior proeza, inédita, diga-se de passagem, foi ver a novela Prova de Amor vencer o JN por 3 minutos no ibope. Parece pouco, mas não é. O faturamento do canal já aumentou 110%. Em 2005, o lucro da emissora foi de R$700 milhões de reais, o mesmo que o do SBT, e espera-se muito mais para 2006. Ainda está longe dos R$ 1,97 bilhão faturados pela Globo no mesmo período.Fundado em 1953 pela Família Machado de Carvalho, o canal passou em seguida por várias crises e pelas mãos de vários proprietários, até ser adquirido em 1989 pelo Bispo Edir Macedo. As más línguas dizem que a Igreja Universal do Reino de Deus investe cerca de R$ 240 milhões por ano na emissora. Talvez seja por isso que, de vez em quando, a Globo ataca a emissora dos Bispos com alguns argumentos referentes a dízimos de fiéis.Na Globo, os profissionais vêem o crescimento da Record com ceticismo e indiferença, dizendo que a Record não assusta. Mas a alta cúpula da Globo frequentemente se reúne para discutir os avanços da concorrência. É claro que a Globo ainda é líder com folga, mas aos poucos a Record conquista seu espaço. No entanto, quem deve estar mais preocupado são os executivos do SBT, que está perdendo o posto de 2º lugar.Silvio Santos precisa melhorar a programação de seu canal, assim como o fez a Record . No SBT o que ainda rende boa audiência são os enlatados, principalmente o jurássico Chaves e os filmes americanos. Alguns profissionais da imprensa dizem que a idade está afetando os sentidos do Homem do Baú, com 75 anos. Pode até ser, mas é pouco provável visto que Roberto Marinho conduziu as Organizações Globo com pulso firme até seu falecimento em 2003, aos 98 anos.Daqui pra frente é esperar pra ver o que irá acontecer, se a Record vai insistir em copiar a Globo, se sua programação vai continuar com a atual ascendência, ou se o público vai preferir continuar com o original ao invés da cópia. O fato é que nem sempre as cópias dão certo. Prova disso é a Manchete, que quis imitar a Globo, e hoje não existe mais.Mas espero que isso não aconteça, pois a Record é uma emissora séria, uma das maiores empresas de comunicação do país, que emprega milhares de pessoas em todo Brasil, e até no exterior, com suas bases em países como EUA , Portugal e Moçambique. Com toda esta clonagem eletrônica, quem ganha é a economia do país, e principalmente o telespectador, que passa a ter mais opções de qualidade.

ARTIGO.COM - Nº 1

Sopa de língua à brasileira

Por Joannes Lemos
Estamos no século XXI, e no Brasil, o idioma oficial é a língua portuguesa, língua esta falada e entendida em várias partes do mundo. Mas a história de nossa língua não se limita aos 505 anos do Brasil. Ela vem de muito tempo, antes até da existência de Cristo, mas foi a partir do séc.V que ela passa a ser mais usada, mesmo que timidamente, até que a partir do século XVI, torna-se português moderno, e a seguir, no português contemporâneo.Mas até chegar ao que é hoje, nossa língua passou por várias transformações. No séc. VII aC ela se origina do latim, que na ocasião, era a língua falada pelos romanos, que ao invadirem a região onde hoje é Portugal, impuseram sua língua aos povos dominados. Então, com a mistura do latim e a língua que usavam na região, originou-se o português, designado língua neolatina, assim como são o espanhol, o francês, o italiano, e outras línguas.Alguns séculos depois, Pedro Álvares Cabral aporta na terra inicialmente chamada Pau-Brasil, impondo a língua portuguesa na nova colônia. No decorrer dos séculos, o Brasil recebeu povos de diversas origens, que foram se estabilizando em diversas partes de nosso território. Esses povos imigrantes, entre eles, os alemães, os italianos e os japoneses, só para citar alguns, também tiveram relativa importância na construção do português que hoje é falado por mais de 180 milhões de brasileiros, contribuindo por enriquecer não só nossa língua, mas também cooperando na diversidade que hoje é nossa cultura.Apesar dessa influência lingüística, muita gente não tem idéia de que em seu dia-a-dia são usados vocábulos que não são exclusivos de nossos dicionários. Poucos têm conhecimento de que marchar é uma palavra germânica, que arroz é árabe, cavalheiro é espanhol, e o nosso macarrão dos domingos é palavra italiana. Os gregos também foram de extrema importância na confecção do português. Talvez, devido a essa grande quantidade de influências lingüísticas, o português tenha se tornado uma língua bastante complexa.Tão complexa, que a impressão que fica, é que o português, pelo menos o falado no Brasil, parece que nunca vai parar de mudar. Pelo menos na boca do povo. Note-se a constante influência que nosso idioma sofre de outras línguas, dando especial atenção a influência do inglês. Onde quer que se vá, são encontradas palavras como bar e recorde. Com isso, a população acaba adquirindo vícios de linguagem, trocando, mesmo que involuntariamente, palavras de nosso dicionário pela de outros.No entanto, quando falamos em língua, devemos deixar claro que existe a língua oral, aquela que falamos, e a língua escrita, aquela que representamos através de símbolos. Portanto, fica implícito que a língua oral sempre acompanhou o homem, desde sua origem, sendo, por isso, a forma mais clara e objetiva de se comunicar. A língua em sua forma escrita surgiu da necessidade do homem de se comunicar pelos símbolos, na ausência e carência do uso da voz. Mas é fundamental que ambas derivações da língua estejam sempre unidas para um bom entendimento.Essa necessidade de união se dá pelo fato de que somos a todo o momento surpreendidos por dialetos e gírias. Mas nem adianta procurar no dicionário para saber o que significam, pois elas não estarão lá. Algumas existem em sua forma oral, fruto da criação popular, mas não existem na forma escrita. O português também sofre alterações com o uso de estrangeirismos, visíveis em toda parte, principalmente por parte do inglês. A impressão que fica é a de que a moda é misturar português com inglês. Com isso, muitos estudiosos acreditam que o português corre o risco de desaparecer, mas a verdade é que isso faz parte do processo de evolução de uma língua.Em nossas escolas, nas públicas e particulares, outras línguas como inglês e espanhol são ensinadas para as crianças. São sinais dos tempos de globalização, onde é fundamental que se fale mais de uma língua. É com essa necessidade que as pessoas acabam misturando as línguas, e as futuras gerações irão, cada vez mais, “incrementar” a nossa língua. Além de se preocupar em ensinar uma nova língua a nossas crianças, é necessário um ensino de base do português ainda melhor, incentivando a leitura de clássicos de nossa literatura, e aumentando o interesse pelo uso correto do nosso idioma.Com toda essa mistura em que se transformou nosso idioma, poderíamos até dizer que não falamos português, e sim brasileiro, com uma variedade de dialetos de norte a sul. Está mais do que claro que nosso português é bem diferente, tanto na forma oral quanto na forma escrita, do português de Portugal. Recentemente, a Rede Bandeirantes de Televisão exibiu novelas portuguesas, e para tanto resolveu dublá-las. A sua exibição na forma original não seria compreendida pelos brasileiros, afastando a audiência.Quando nascemos, mergulhamos no mundo da linguagem. Vamos construindo nossa existência e nossa história através de nossa forma de falar, das palavras, e por elas nos expressamos. Como resultado da linguagem, temos a língua, que é o produto da nossa capacidade de exercer a fala. E esse produto está caracterizado em cada sociedade, com suas formas próprias de exercer e usar sua língua. Assim, é aceitável e plausível que cada comunidade queira manter sua língua em sua forma verdadeira, impedindo que influências acabem com sua idêntidade própria de usar o poder das palavras pela linguagem. Vida eterna ao português!

CONTO RELÂMPAGO - Nº 1

A Forma Decadente

Por Joannes Lemos
Certas vezes, quando era criança, corria daquele inseto medonho e fedorento, assim como o diabo corre da cruz.
Não sabia bem o que era, só sabia que borboleta não era. Até poderia ser, mas aí já seria uma espécie mutante, fruto de experiência científica mal-sucedida. Aquela coisa cinzenta, feia, voava toda desengonçada.
Foi aí que fiquei sabendo como se chamava aquele ser horripilante --'Bruxa'.
Aí juntei as coisas. Parecia mesmo uma bruxa, porém só lhe faltava a vassoura. Não acreditava em bruxas, mas, a partir daquele dia, imaginei que talvez aquela fosse sua forma decadente.

VITRINE DA LITERATURA - Nº 1

O Código da Vinci

Por Joannes Lemos

Impossível parar de ler. É essa sensação que toma conta dos sentidos de quem têm em mãos o livro "O Código da Vinci", do extraordinariamente talentoso Dan Brown, título lançado no Brasil em 2004 pela editora Sextante, e que já vendeu em todo mundo cerca de 40 milhões de exemplares, o que o levou ao posto de um dos maiores fenômenos editoriais dos últimos tempos.
Este livro, assim como os outros de Dan Brown, traz a característica fascinante do autor de misturar ciência, história e política.
O enredo de "O Código" se passa nos dias atuais, e o desenrolar da história acontece em Paris e Londres, cenários perfeitos para um bom romance policial. Tudo começa com o assassinato do curador do Museu do Louvre em Paris, Jacques Saunière. Mas, antes de morrer, Saunière deixa para sua neta, a criptógrafa Sophie Neveu, uma mensagem oculta, pistas,que se desvendadas, podem trazer a tona um segredo guardado desde os tempos de Cristo, e que podem acabar com a Igreja Católica e outras religiões.
Com a ajuda de Robert Langdon, famoso professor de Simbologia de Harvard, Sophie tenta a todo custo desvendar esse mistério. Os dois se transformam em suspeitos e detetives do assassinato, e correm contra o tempo e do verdadeiro assassino para tentar decifrar esse engenhoso quebra-cabeça.
E descobrem que é nas obras de um dos maiores mestres da arte, Leonardo da Vinci, que estão a maior parte das pistas-ocultas é claro- de que tanto precisam.
É nesse clima que mistura vários ingredientes como informações sobre obras de arte, rituais secretos e histórias milenares que Dan Brown consagrou-se como um dos autores mais brilhantes da atualidade.
O verdadeiro clima de "O Código da Vinci" só vai sentir de verdade quem ler o livro. Se você não conseguir emprestado de um amigo, pode desembolsar R$39,00 que ele é todo seu, basta ir numa livraria mais próxima. Ou então faça como eu, que comprei o meu por R$ 25,80 na internet, no site saraiva.com, recebi em minha casa e não paguei nada pelo frete.
E aguardem, pois em breve estarei comentando sobre O Código da Vinci novamente, desta vez na coluna Cine Milênio. Será lançado este ano o filme baseado no livro. No elenco, Tom Hanks.
Vai ser pura emoção!

CINE MILÊNIO - Nº 1

King-Kong

Por Joannes Lemos

Certamente, você já deve ter visto o filme King-Kong pelo menos uma vez na vida. E se você gostou ou se interessou pela história desse grande primata, pode comemorar, pois foi lançado em todo Brasil o novo filme de Kong.Mas essa nova versão do filme é de tirar o folego, com tomadas espetaculares, e efeitos especiais dignos de Oscar. Falando na estatueta, vamos esperar março chegar pra ver quantas categorias a película dirigida por Peter Jackson irá abocanhar.Estrelado pela bela e talentosa Naomi Watts, que interpreta a mocinha Ann Darrow, o filme conta ainda com Jack Black, na pele do diretor que pensa longe, aliás, muito longe, Carl Denham . Ambos mostram uma atuação convincente.Tudo começa na Nova York dos anos 30, quando o jovem diretor de cinema Carl Denham vai com sua equipe, restrita ao casal de protagonistas, técnico de som, assistente de direção, câmera e Jack Driscoll, o diretor parte para a Ilha da Caverna, dizendo que o destino é Singapura. Essa ilha é um lugar horripilante, que, graças a DEUS, para sorte dos marinheiros perdidos, só existe na ficção. Lá vivem animais, digamos, estranhos.Começando pelo povo primitivo que lá vive, verdadeiros animais, canibais tenebrosos, que de início nos dão a impressão de terem saído do filme "O Senhor dos Anéis"´, pois são tão feios quanto os orks. Lá também vivem criaturas que dão pavor até nos mais corajosos, como as sangue-sugas gigantes, que aparecem numa das cenas mais nauseantes do filme. Além de muitas aberrações, o local é povoado por dinossauros, e , apesar desse longa não ser uma das superproduções de Steven Spelberg, nesse filme dinossauro é o que não falta. E, é claro, é lá que vive o temido Tore Kong, como o chama os nativos.Entre as várias cenas que podemos destacar, está aquela em que Kong luta com nada mais, nada menos, 4 tiranossauros REX, tudo pra defender sua amada Ann, e acredite, ele ganha de todos e sai ileso do local do crime. Outra cena incrível é aquela já clássica e bem conhecida do público, na qual o grande macaco é encurralado no topo do Empire States, onde a direção de fotografia fez um trabalho impecável.Ficou com vontade de assistir? Então procure um cinema mais próximo de você. Senão puder, espere a versão em dvd e vhs. Se não puder também, aí vai ter que esperar uns 2 ou 3 anos pra ver na TV, depois que Globo e SBT, e Record também, é claro, se degladiarem para comprar os direitos de exibição.Agora, se nem assim você assistir, então vai ver a macaca chita plantar bananeira!!

CRONICAMENTE FALANDO - Nº 1

Faça a coisa certa
Por Joannes Lemos

De formato pequeno e moderno, de início ela não parece ter a finalidade que lhe cabe. Mas depois de ver seu pequeno visor e as teclas numéricas de 0 a 9, e, ainda, botões como confirma, corrige e o tão famoso branco, percebemos que sua função é aquela mesmo, a de decidir o que as pessoas querem para o seu futuro, ou quase isso. Ela exibe vários rostos, de figuras famosas, e outras, nem tanto. E também de pessoas completamente anônimas.Eu queria ser uma urna eletrônica – sim, estamos falando dela nessa crônica – para poder tomar minhas próprias decisões. Porque a gente sempre acha que o que a gente quer é o melhor para todos.Mas aí eu perceberia que não iria adiantar muita coisa, pois da mesma forma que existem milhares de pessoas, existem também milhares de urnas eletrônicas. Então, como eu faria para convencer as minhas milhares de companheiras da tecnologia do século XXI do Brasil, essas colegas modernas, de última geração, que estão servindo de modelo para várias nações, e que dificilmente tem crises de stress, precisando ser substituídas pelo jurássico sistema de cédula de papel, que elas têm que seguir pela mesma opção que a minha?A tarefa não seria fácil, pois convence-las não seria simples, visto que cada uma tem seu próprio chip, e outras são duras na queda, e não aceitariam quebrar o código de ética, mudando por conta própria os vários votos digitados em seus botões.Então perceberia que a melhor forma seria mesmo usar meu poder de convencimento, utilizando a palavra pura e simples, tentando me comunicar impondo respeito.Talvez se fosse rico eu poderia comprar algumas urnas, prometendo-lhes um software mais avançado, ou então, tela colorida com animação. Mas sou honesto e contra subornos.É, pelo visto, vida de urna eletrônica não é fácil e muito menos simples. Assim como a nossa, é cheia de problemas.Prefiro ser eu mesmo, pelo menos vivo 12 meses por ano, e não apenas bienalmente no mês de outubro. Se bem que no cenário atual brasileiro, viver e saber tudo que acontece o ano inteiro não é nada legal.Acho que prefiro mesmo ser uma urna eletrônica. Assim não corro o risco de ter meu celular roubado, ou ficar aleijado por bala perdida.

PORQUE CONTEMPORÂNEO ?

Resolvi colocar esse nome no meu blog porque quero abordar nesse espaço temas atuais, que fazem parte de nosso cotidiano. Comentarei os temas que fazem parte do nosso dia-a-dia, e, dessa forma, deixarei este espaço aberto para que os amigos que o acessarem possam ter a oportunidade de darem suas opiniões e, também, espôrem suas idéias.Mas vou falar de outros temas, como literatura, na seção Vitrine da Literatura, onde pretendo comentar sobre um livro que lí.Na seção Cine Milênio vou falar sobre um filme que está em cartaz nos cinemas ou que esteja disponível nas locadoras.A seção TV Best Brasil trará alguns comentários sobre a nossa televisão, uma das melhores do mundo.Irei publicar artigos, crônicas e contos, periodicamente.E, enfim, os comentários estarão sempre abertos a todos.Obrigado, e espero que gostem.

CHEIO DE GÁS!

Bom, já tinha lido na revista Carta Capital uma matéria muito legal sobre blogs, e então fiquei interessado. Aí então conversando com minha grande amiga Josenilda, vi que ela havia criado um blog, e acabei decidindo criar o meu também. Mas acreditem ,não fiquei com inveja dela.É que ultimamente estou cheio de gás, com muita vontade mesmo de escrever, mesmo porque a escrita futuramente fará parte de minha vida, pois estudo jornalismo.Mas bem, na verdade, sempre gostei de escrever.Um abraço para todos e espero que gostem.