terça-feira, 30 de janeiro de 2007

CRONICAMENTE FALANDO - Nº 3

O Perigo é mais embaixo
Por Joannes Lemos
Numa cidade imensa como Gigantópolis é preciso ter bastante cuidado ao sair pelas ruas. O trânsito é complicado, e o risco de colisões e atropelamentos é constante. Fora os perigos dos assaltos, porque os meliantes estão por todos os cantos. Não bastasse isso, ainda é preciso ter consciência de onde se pisa, já que Gigantópolis agora foi acometida por um estrondoso problema: os desabamentos de ruas.
Um dia bonito, uma caminhada tranqüila por uma rua de um bairro familiar, e, quando menos se espera – e nem é possível imaginar – tudo o que está aos arredores afunda, para as profundezas do desconhecido. Tem início uma luta pela vida, onde as equipes de socorro da grande cidade procuram por vítimas. O trabalho não é fácil, e somente depois de exaustivos dias de trabalho são encontradas as vítimas de um projeto executado de forma assustadoramente incorreta.
Algumas famílias que moram – ou moravam – no local do acidente perdem suas casas, e com elas, as lembranças de toda vida.
A tragédia de Gigantópolis é estampada no noticiário nacional e internacional. Começa um jogo de empurra-empurra para saber de quem é a culpa pelo desastre. O impasse, assim como em uma novela, terá vários capítulos.
Mas de tudo o que aconteceu, uma coisa ficou bem clara: a persistência e garra das equipes de salvamento, que trabalhavam incansavelmente dia e noite, para, enfim, proporcionar um fim digno para aqueles que perderam suas vidas em meio às toneladas de areia e pedra.
Agora, sempre que sair de casa, a população de Gigantópolis ficará bem atenta por onde pisa, pois mais um problema afeta a vida da cidade: as ruas que desabam.