terça-feira, 29 de maio de 2007

PELO RETORNO DA RCTV

Por Joannes Lemos

Como estudante de jornalismo não posso me calar. Tirar do ar uma emissora consolidada no mercado assim, de forma tão cruel e de maneira torpe, é desumano, insano. Todos já sabem que estou falando da RCTV - Radio Caracas Televisión-, a emissora de televisão de maior audiência da Venezuela. Após ficar 53 anos em operação, o sinal da emissora saiu do ar, à 23:59hs do último dia 27.
E o sinal da emissora sumiu por um motivo totalmente banal. O senhor Hugo Chávez não agüentou ver a rede de TV de maior destaque no país fazer oposição ao seu governo com cara de ditadura, e como uma criança que recorre à mãe, tirou a emissora do ar. “Vou contar tudo pra minha mãe”, deve ter esbravejado o presidente-bebê-chorão.
Agora, mais de 2000 mil trabalhadores, divididos entre artistas, jornalistas e técnicos ficaram sem seus empregos. Mas isso nem é o pior. No lugar da RCTV entrou a TVes, emissora estatal que vai falar, é óbvio, das boas ações do governo venezuelano. Como se não bastasse, o Supremo Tribunal da Venezuela
decidiu que a RCTV deve entregar à estatal TVes, de forma temporária, sua infra-estrutura tecnológica. Agora, a venda nos olhos do povo venezuelano ficou mais apertada. Bom, se tivesse que falar das más ações do governo acho que eles teriam que criar outra emissora. Faltaria espaço.
Por hora, vamos torcer para que a população da Venezuela não se aquiete. Que todos saiam às ruas, gritem, esbravejem e reclamem de todas as formas o retorno da RCTV. A vontade de 80% da população que foi contra o fechamento da emissora deve prevalecer sobre os caprichos do senhor ditador Hugo Chávez.

domingo, 6 de maio de 2007

HOMEM - ARANHA 3

Por Joannes Lemos
Dizem que a moda na indústria cinematográfica atualmente são as trilogias. Grandes sagas de sucesso do cinema contemporâneo foram contadas em três partes, como O Senhor dos Anéis e Matrix, e todos com grande sucesso de público e crítica. Talvez essas histórias tivessem mais condições de oferecer ao público mais conflitos, emoções e dramas. Porém, seus produtores resolveram acabar com tudo no terceiro ato. Com o longa Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, EUA, 2007) a exceção poderia fugir à regra, como aconteceu com Harry Potter. O terceiro filme que conta a saga do herói-aracnídeo poderia dar passagem para a quarta, e, quem sabe, para a quinta e sexta aventura da série. História e inspiração para tal não falta.
Com um orçamento de US$ 258 milhões, este é o filme mais caro da série e do cinema americano, superando o caríssimo King Kong, de Peter Jackson. E o orçamento caro fez jus na tela. O que vemos em 140 minutos de história é muita emoção, adrenalina a mil, cenas bem montadas, efeitos especiais de primeira linha, e é claro, muita ação, conseqüência do excesso de vilões: o homem-areia, assassino do tio de Peter Parker, que após fugir da prisão, sofre um acidente em uma experiência nuclear e acaba se transformando no bem produzido homem empoeirado; Harry Osborn, que não desistiu de vingar a morte de seu pai, Norman Osborn; e por último e não menos perigoso, um simbionte vindo do espaço cai na Terra e, literalmente, gruda na vida de Peter.
Esse grude provoca um dos pontos altos do filme, já que a geléia preta do espaço toma conta da personalidade do nosso herói quando usa a roupa escura, deixando de lado a vestimenta com as cores da bandeira americana. Com o poder e a vontade revigorados, Peter se senti melhor e mais poderoso com a roupa preta, e isso lhe é oferecido já que o tecido do novo traje é na verdade o simbionte. Aí começa uma luta emocional e pessoal sobre o que é certo e errado, e se fazer o bem compensa mais do que fazer o mal. Conflitos à parte, nosso amigo aracnídeo precisa passar no teste de amor com Mary Jane, já que seu relacionamento fica abalado depois da crise de identidade.
Homem-Aranha 3, além das características de uma superprodução, é uma boa opção não apenas por ser ótimo produto de diversão, mas por trazer mensagens capazes de colocar o espectador pra pensar, como a troca da vida particular pelo mundo da fama, descritos no filme com a alta popularidade do herói na cidade de Nova York,e consequentemente o assédio da imprensa sensacionalista, e a busca de Mary Jane por um lugar nos palcos.
Homem-Aranha é muito mais do que apenas as cenas de luta ou de passeio do aracnídeo entre os prédios da grande metrópole americana. É um conjunto de cenas com ótima fotografia, sincronia, bons ângulos, aliado a diálogos bem resolvidos. Enfim, um filme que não merece seguir a tendência das trilogias.