quinta-feira, 16 de agosto de 2007

SEM RESERVAS, COM SABOR


Por Joannes Lemos

As comédias românticas, volta e meia, aparecem nas telonas do cinema. Porém, poucas se salvam. Sem Reservas (No Reservations, EUA, 2007) se encaixa muito bem em uma dessas que se salvam. O charme e sabor da gastronomia servem como pano de fundo para o desenrolar da ação, estrelada com a boa performance da quase quarentona Catherine Zeta-Jones.
No longa, que tem direção do pouco conhecido Scott Hicks, Zeta-Jones é Kate, uma chef de cozinha competente, mas que não consegue se livrar da mania de regras para tudo e para todas as coisas. Sua vida solitária e melancólica tem uma reviravolta repentina, após a morte da única irmã. Assim, ela assume a missão de criar a sobrinha Zoe, interpretada pela ladra de cenas Abigail Breslin, de Pequena Miss Sunshine. Aliado à falta de preparo para cuidar de uma criança, Kate precisa encarar ainda a presença de um novo colega de trabalho, o chef Nick (Aaron Eckhart), contratado para trabalhar na mesma cozinha que ela, ou, como ela mesma gosta de dizer: ‘minha cozinha’, apesar do restaurante não ser de propriedade dela.
Mas Nick é um rapaz de boas intenções. E mesmo Kate vendo nele um perigoso inimigo que invade seu território, essa sensação vai desaparecendo na medida que o amor vai preenchendo o espaço que separa os dois. Amores, desamores e briga por espaço colocados de lado, o filme não seria o mesmo se não fosse a presença de Abigail Breslin. A pequena dá um banho de atuação e expressão, assim como fez no excelente filme independente Pequena Miss Sunshine. E assim como na animação Ratatouille, é quase possível sentir o cheirinho dos belos pratos apresentados em cena, feitos pelas personagens de Zeta-Jones e Eckhart. Sem Reservas, apesar de não ter novidade em sua narrativa, é literalmente um filme de dar água na boca.