terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O CAMINHO SOMBRIO DE BUENOS AIRES


Por Joannes Lemos

Conhecida por suas belezas arquitetônicas, Buenos Aires é, sem dúvida, a capital mais européia da América Latina, devido à aparência afrancesada dos edifícios e da arquitetura neoclássica. Com avenidas largas e arborizadas, a maior cidade da Argentina é um prato cheio para turistas assíduos por boa gastronomia, diversidade cultural e belos cartões postais para uma foto inesquecível.

De acordo com o Indec (instituto Nacional de Estatística e Censos), órgão do governo argentino, a população de Buenos Aires no censo de 2001 era de 2,9 milhões de habitantes, e sua região metropolitana (com todas as cidades da Grande Buenos Aires) atingia 13 milhões de pessoas. Isso faz da capital portenha a segunda maior metrópole da América do Sul, atrás apenas de São Paulo.

Como toda grande metrópole, a capital onde nasceu Evita Peron também tem suas mazelas: redutos de extrema pobreza, mendigagem, violência urbana, dentre outras, típicas de amplos centros urbanos de todas as partes do mundo. Talvez, um dos fatos que mais incomodem aos turistas nas ruas históricas do centro da cidade são as ofertas incessantes de serviços de prostitutas.

A abordagem é constante em ruas movimentadas que atraem muitos turistas, como a Calle Florida e Calle Lavalle, bem no coração da cidade. A cada dezena de passos e principalmente ao anoitecer, muitos visitantes são abordados com ofertas de chicas (menina em espanhol), prontas para serem degustadas como se fossem uma típica parrilada dos restaurantes das redondezas.

Quando algum turista brasileiro é reconhecido, a insistência é ainda maior, como se os viajantes daqui fossem visitar a capital portenha atrás de aventuras promíscuas. E o autor deste post diz isso com autoridade de causa, pois chegou a ouvir de uma agenciadora na Calle Florida que lindas moças o esperavam com sexo sem enganação. E eles são bem diretos.

Fica a torcida, então, para que a capital do tango que tanto valoriza o passado dos belíssimos prédios históricos sem esquecer do futuro visto nos modernos prédios de Puerto Madero possa desvencilhar-se da dita “profissão” mais antiga do mundo. De fato, essa mudança radical é difícil, mas a prática não precisava ser tão escancarada e asquerosa como é visto. Afinal, deu para notar que a maioria dos turistas – aqueles que vão a procura de diversão saudável – desaprovam esse “atrativo” que não tem nenhum encanto.