sexta-feira, 5 de junho de 2009

AF 447 - IN MEMORIAN

Por Joannes Lemos

Desastres aéreos podem ser evitados. Principalmente quando a falha vem do comando ou de alguma negligência na manutenção. Mas quando se trata de causas naturais as chances de manobras bem sucedidas são quase reduzidas à zero. Foi o que provavelmente aconteceu com o voo AF 447 da Air France na noite do último domingo, 31 de maio.

O resultado do acidente foi a perda de 228 vidas, que, segundo especialistas, dificilmente terão seus corpos resgatados, em decorrência da geografia do local do acidente, em águas profundas do Oceano Atlântico. Assim como aconteceu com o Titanic, os destroços e as vidas que com ele afundaram estão fadados a repousarem nas profundezas do mar. Um triste fim, principalmente para os parentes, impedidos de enterrar os entes queridos.

Como não existe chance de resgate de pessoas vivas – o que é praticamente impossível em se tratando de acidente aéreo em alto-mar – agora o esforço se concentra no resgate da caixa preta do Airbus A 330. Isso seria fundamental para entender o que realmente aconteceu na noite do dia 31 de maio. Só o que se sabe é que o voo enfrentou uma forte tempestade logo que saiu do espaço aéreo brasileiro. O avião passou for nuvens com tempestades assustadoras, as chamadas Cumulus Nimbus. Uma hipótese seria que fortes rajadas de ar causaram uma turbulência violenta, fazendo com que a aeronave perdesse energia. Outra suposição é de que uma intensa chuva de granizo danificou a cabine, com consequente perda de pressurização.

Independente do que tenha acontecido explicações não trarão aquelas 228 pessoas de volta. Quando os passageiros saíram do Brasil os parentes das vítimas esperavam acordar no dia seguinte ávidos por novidades a respeito de Paris, uma das cidades mais bonitas do mundo. Aguardavam por notícias de pessoas que foram curtir a lua-de-mel, fazer um curso, viajar a trabalho, ou que iam para outros países mas que faziam escala na capital francesa. Mas tudo o que viram na TV na manhã da segunda-feira foram notícias alarmantes. E o que observaram no decorrer do dia e da semana não foi nada alentador. E os meios de comunicação exploraram o assunto a exaustão, com direito a recordes de audiência no ano. As tragédias nos atraem mais do que tudo.

Agora não adianta ficar com medo de viajar de avião. Voar ainda continua sendo um dos meios de transportes mais seguros do mundo, por mais que um acidente aéreo dê chances ínfimas de sobrevivência.