sexta-feira, 24 de julho de 2009

CADA UM NO SEU ESPAÇO

Por Joannes Lemos

Nesta semana o mundo comemora os 40 anos da chegada do homem à Lua. No dia 20 de julho de 1969 a missão espacial Apollo 11 pousava em solo lunar levando Neil Armstrong, Edwin 'Buzz' Aldrin e Michael Collins, a tripulação da nave. Hoje estamos no século 21, em época de crise e com o governo norte-americano anunciando redução nas verbas destinadas à Nasa (Agência norte-americana de missões aeroespaciais). Uma nova investida em solo lunar parece longe do alvo.

Mas depois de tanto tempo a ida do homem ao satélite da Terra é vista como algo futil. E não é para menos. Pisar no solo da Lua e fincar uma bandeira do Tio Sam foi algo que não mudou muita coisa na história da humanidade, a não ser para mostrar mais uma vez que, vista da Lua, a Terra é mesmo redonda e azul. Para o jornalista Boyce Rensberger, que cobriu a missão Apollo 11 para o jornal “The New York Times” e foi editor de Ciência do “The Washington Post”, a viagem comovia porque era difícil, e hoje tudo parece não fazer muito sentido.

Hoje a Nasa vê com ressalvas os planos de continuar enviando missões tripuladas ao espaço. Projetos que teriam astronautas até 2016 provavelmente não mais acontecerão. É arriscado demais. Já que é possível enviar equipamentos com robôs, pra que expor astronautas a riscos de morte? O histórico mostra que isso é arriscado demais. Basta lembrar do que aconteceu em 2003, quando sete astronautas morreram na explosão do ônibus espacial norte-americano Columbia, que se desintegrou durante o voo de retorno à Terra.

Em 1969, com o auxílio das imagens televisivas, milhões de pessoas ao redor do mundo ficavam na expectativa de como seria o pouso na Lua. Certamente a ansiedade era para saber se aqueles três bravos corajosos conseguiriam voltar ao planeta com vida. Tudo ocorreu bem. Os tripulantes do Apollo 11 foram alçados a heróis, crianças de todo o mundo queriam seus bonequinhos e tempos depois caíram no ostracismo.

Uma espécie de ciclo já imaginado. Hoje não existe mais a hipótese de entusiasmo e empolgação. A era é de ponderação, e um possível repeteco, agora em solo marciano, certamente está fora dos planos. Outras questões devem ter prioridade.

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