sexta-feira, 21 de julho de 2006

TEMA GERAL

ASSIM NO LÍBANO COMO NO BRASIL

Por Joannes Lemos
Do ponto de vista financeiro e cultural, Brasil e Líbano não possuem aspectos em comum, sendo diferentes nesse quesito. Não podemos dizer o mesmo no que diz respeito a segurança de ambos.
Recentemente, uma onda de conflitos e instabilidade tomou conta dos dois países. O Líbano, porém, enfrenta uma situação dantesca, demasiadamente grave, que abala todas as estruturas do país: a econômia, a política, a segurança e, principalmente, interfere na estrutura familiar de todos os libaneses e também nas famílias de outros países que tem parentes no Líbano.
No Brasil, vivemos um conflito interno, de proporções menores por qual passam os libaneses, mas não menos grave. Aqui o problema é a péssima administração do sistema carcerário e das políticas públicas de segurança, e com isso acompanhamos uma perigosa inversão de papéis: os bandidos ordenam; o governo obedece, acuado como um macaquinho das florestas amazônicas. E o que vemos são marginais sem escrúpulos dando ordens de seus Motorolas, LG’s e Samsungs pré-pagos escondidos e livres nos interiores dos presídios de “segurança máxima”. Sendo assim, ônibus são queimados e depredados pelas facções, e a população, que necessita desse serviço para trabalhar e estudar, para mover a engrenagem brasileira que teima em não rodar, essa população fica num mato sem cachorro. Agentes penitenciários e PM’s, e até seus parentes, são assassinados de forma torpe e cruel, levando ao total desespero e infelicidade seus familiares. Isso vem acontecendo com freqüência em capitais como São Paulo, e em menor escala também em Vitória. O número de vítimas só aumenta.
Vamos atravessar o mar novamente e voltar ao Líbano. O conflito que aquela nação enfrenta deixa todos indignados. Indigna quem convive dia e noite em meio a bombas e ataques aéreos, e indigna quem está longe e acompanha tudo pela TV. Revolta saber que os seres humanos – desumanos é a palavra correta – são capazes de tal ato, deixando um dos países da região que é o Berço da Humanidade à beira do caos. Chega ser torturante saber que um país como o Líbano vive um completo desarranjo, país aquele que já foi considerado do ponto de vista financeiro a Suíça do Oriente, e do ponto de vista turístico era comparado com Mônaco, com seus cassinos e hotéis de luxo. Beirute, a capital libanesa, está praticamente em ruínas e às moscas. Os hospitais, órgãos públicos e emissoras de TV funcionam precariamente.
O conflito vivido pelos libaneses difere do que vivemos aqui no Brasil. Nos anos 60, Líbano passou a ser atacado por Israel por motivos políticos e econômicos. Com a desculpa de realizar a defesa do país, a Síria ocupou o Líbano por quase três décadas, tendo saído do país por ordem da ONU e após o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês, Rafik Hariri, que se posicionava contra a ocupação dos sírios. Como as fronteiras do Líbano ficaram desprotegidas sem a presença do exército sírio, os israelenses retornaram a bombardear alvos civis do Líbano a partir do dia 13 de julho deste ano, em resposta às açoes criminosas do grupo Hesbolah, fazendo várias vítimas, na maioria crianças, e entre essas crianças estão três brasileirinhos.
Líbano precisa de ajuda, é uma nação sem exército, sem nenhum sistema de defesa. O Brasil também precisa de ajuda. Possui exército, mas parece não saber utiliza-lo da melhor forma, pelo menos aqui em nosso território. O governo paulista precisa do exército, oferecido pelo governo federal, mas não quer aceitá-lo. São Paulo tem governador? Será que Cláudio Lembo tem noção do cargo que possui e da tarefa que assumiu?
O Brasil montou uma operação para resgatar os brasileiros que estão no Líbano e que de lá querem sair. Eles merecem ajuda, sem dúvida, assim como todo povo libanês carece de apoio. Resta saber quem irá ajudar os brasileiros do Brasil e acabar com nossos conflitos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom, gostei muito. Parabéns