quarta-feira, 13 de maio de 2009

O MASSACRE DOS PORQUINHOS

Por Joannes Lemos

Não se fala em outra coisa nas últimas semanas. E todo o mundo fica preocupado com as proporções da “nova praga mundial”: a gripe suína. A doença, classificada como Gripe A, codinome H1N1, é transmitida de pessoa a pessoa principalmente por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Até a publicação desse artigo, eram contabilizados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) 5.728 casos de infectados pela gripe suína em 33 países. No relatório estavam incluídas 61 mortes.

Não dá para ficar alheio em relação aos desdobramentos do novo subtipo da gripe. Um dos países que mais sofre com a doença é o México, por ter sido o epicentro do H1N1. Boa parte dos infectados está nos Estados Unidos, mas a maior quantidade de mortos está na nação mexicana: 56. Espalhando-se rapidamente por outros países, inclusive chegando ao Brasil, é natural que as autoridades, principalmente o Ministério da Saúde, fiquem em alerta.

O que é de praxe mais uma vez acontece, com a exploração e a cobertura quase integral dos jornais, revistas, internet e emissoras de rádio e televisão do Brasil. O que é fácil notar, principalmente no caso das emissoras de TV, é a regra do desespero. Também pudera, pois a ordem parece ser a de colocar pânico e não informar nada.

É óbvio que cuidados precisam ser tomados, principalmente pela facilidade de alastramento que a nova gripe tem. O H1N1, no entanto, não tem a letalidade de epidemias como o ebola, pandemia hemorrágica que assolou a África no final do século passado. Ao contrário, a letalidade da gripe suína ainda é baixa. Os sintomas da doença são parecidos com os da gripe comum, com a diferença de que na nova forma do influenza é possível ter diarreia, vômito e muitas náuseas.

O que se vê em algumas mídias é o percebido desde o início da crise mundial. Com a mais recente tensão econômica a necessidade pela informação aumentou. Os jornais impressos, revertendo uma tendência de queda, passaram a vender mais. As emissoras de televisão contabilizaram aumento nos índices de audiência de seus telejornais.

Agora com a gripe suína a ordem parece ser a mesma. Exceder para chamar a atenção, e despertando mais curiosidade a possibilidade de números maiores é ainda maior. Diversos especialistas são chamados para dar entrevistas e esclarecer dúvidas. Praticamente todos dizem que não há motivo para pânico, e que os maiores efeitos da gripe na população seria que, com excesso de enfermos, a economia seria afetada, com muitos ausentes de seus postos de trabalho, o que geraria retração econômica. Mas a maioria dos profissionais da comunicação tenta colocar lenha na fogueira. Isso é bastante percebido na TV. Com isso tem até pessoas falando que não comerão carne de porco. Informação é sempre bem-vinda, mas o excesso dela às vezes gera confusão e desinformação.

3 comentários:

Raíssa Cavalcanti disse...

Joannes,

Acho que a mídia oferece ao público o que o público elege. Ela responde a uma demanda que vem do “cliente”. Na TV, a audiência é impiedosa. Nos jornais, são as bancas. Na internet é até mais fácil: os internautas são sumários – e em tempo real! Ou seja, se fosse apenas por interesses comerciais, eu acredito que a comunicação venha em duas mãos – e a mão mais forte é a do público.

Quando eu vejo as notícias sobre a gripe A, também fico assustado com as perguntas que já foram respondidas sei lá quantas vezes. Pelo ministro. Pelos jornalistas. Pelos médicos. Pior é quando vejo gente falando absurdos quase folclóricos... Agora, só falta o porquinho falar!

Pra mim, acho que se a mídia estivesse dando menos atenção do que está dando, o número de “denúncias” e de “conspirações” se multiplicaria por 5!

Fulaninho diria: “vocês viram?! Morreu um sei lá onde, mas ninguém divulga!”. O blog do Ciclano teria um post ainda mais bombástico: “Não foi um, foi uma família inteira!”

Cara, acho que está sendo uma oportunidade de a sociedade acompanhar de perto os números, fiscalizar, cobrar e, por enquanto, se tranqüilizar. O que deveria ser feito, está sendo feito. E com antecedência! Tanto se reclama que brasileiro deixa tudo pra cima da hora... dessa vez, estamos até esperando. Espero que esperemos, esperemos, esperemos... E a hora nunca chegue!

Grazielly disse...

não aguento mais essa tal gripe... não estou com medo dela. Engraçado é que tem gente que até parou de comer carne de porco por achar que se pega assim... hahaha! Também estou achando demais a falação sobre isso na mídia, parece que não tem outro assunto!

JOSENILDA disse...

Jonnes, a verdade é que o povo gosta de tragédias seja ela qual for, do porco, da galinha,da crise sendo trágico a população e os meios de comunicação estão dentro, se morreu um não tem importância se morreu mais de três é bom pq já vira uma chacina.
Informação é sempre importante ainda mais para nós q trabalhamos com ela, mas a tv dá um enfoque desnecessário...a gripe suína é menos letal que a influenza e os números mostram isso... os meios de comunicação visando os pontos no ibope dão fermento para notícia crescer e assim caminha o jornalismo...

JOSENILDA