quarta-feira, 4 de março de 2009

O CASTELO DOS HORRORES EXCESSIVOS


Por Joannes Lemos

Oito torres, 36 suítes, 257 janelas de madeira de sucupira, piscinas, lagos, cascatas, salões para festas, adega subterrânea, entre outros “des” caprichos. Um castelo de estilo e gosto duvidoso que já custou R$ 25 milhões. Para se tornar um palácio de fato só faltou as masmorras da inquisição, porque bobo da corte esse projeto arquitetônico símbolo do orgulho desmedido já tem. Bobo não, bobos. Que somos nós mesmos.

O “rei” proprietário desse palácio atende pelo nome de Edmar Moreira, corregedor da Câmara dos Deputados. O político do DEM diz que o castelo construído durante vários anos foi dado de presente para sua mulher. Depois a “obrazinha” foi doada ao filho, mas sem declarar nada à justiça. Ele acredita que esse foi seu único erro.

Edmar Moreira está de consciência tranquila. Talvez porque ele, assim como muitos nesse país, saiba que nossa democracia exerce a função de pano de fundo. O nobre deputado deve saber como ninguém de uma máxima do Brasil: quem tem costas quentes fica com a cabeça fria. Ele vive, afinal, em uma aristocracia e nós em uma demagogia.

Enquanto isso o Castelo Monalisa, no município de São João Nepomuceno, contrasta ao longe com a paisagem brasileira. Imaginem quantas casas populares os tijolos e os valores dessa obra fariam? Enquanto faltam quartos, salas e banheiros com vaso e descarga para muitos, sobra piscina e salões de festas para poucos. O mais gozado da história é que tudo acabará em nada.

A política brasileira tem um enredo tão alucinante que mais parece a trama de “A Favorita”, pois todos os dias algo impactante é revelado. Ou seja, é tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo em que há pouco já se falava na casa de R$ 5 milhões de outro colega de Edmar, e amanhã talvez vamos saber da casa de outro que custa R$ 10 milhões, e assim por diante.

A audácia de alguns brasileiros não surpreende mais ninguém, e é exatamente essa ausência de perturbação que precisa ser combatida.

2 comentários:

Unknown disse...

E como aqui tudo termina em pizza. Os meios de comunicação já não falam das irregularidades e o novo corregedor da Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (esse nome lembra alguma coisa?) disse que vai agir com cautela durante as investigações que ficaram marcadas para depois do carnaval. Pergunto de que ano?

Mais uma vez parabéns pelo texto.
Bjs

Anônimo disse...

inacreditável.