quarta-feira, 26 de abril de 2006

ARTIGO.COM - Nº 2


MONEY NO BOLSO, EDUCAÇÃO E SUCESSO
Por Joannes Lemos
O desemprego é uma das pragas que a um bom tempo assola nosso solo, assim como a seca, a fome e, é claro, a corrupção. Pelas ruas das grandes cidades brasileiras o que vemos são filas e mais filas de pessoas na luta por um lugar ao sol no ultra competitivo mercado de trabalho. Com a carteira de trabalho na mão e o currículo na pasta, a esperança, mesmo que distante, brilha nos olhos de cada individuo que luta por um salário digno e melhores condições de vida. Mas, infelizmente, nossa economia não tem dado conta de absorver toda mão de obra disponível.O problema é que essa praga chamada desemprego não é exclusiva da nossa economia. Como uma epidemia, tem se espalhado por diversos países do mundo. É o que demonstra um relatório da Organização Internacional do Trabalho, a OIT, que mostra que nunca houve tanta gente sem trabalho no mundo. Em 2005, foram contabilizados 192 milhões de pessoas sem emprego. Nos últimos 10 anos, 34,5 milhões se somaram a massa dos que não conseguem uma ocupação. Nos países ricos, várias empresas anunciam corte de pessoal. Em apenas 45 dias, 8 grandes empresas anunciaram o fim de mais de 80 mil postos de trabalho. Uma delas foi a France Telecom, que no mesmo dia que divulgou aumento de 89% nos lucros, decidiu cortar 17 mil empregos até 2008. Vários especialistas dizem que quem ganha com isso são os países emergentes como o Brasil, pois as vagas cortadas nos países ricos migram para os países mais pobres, já que em países como o nosso o custo com mão de obra é relativamente mais baixo. Mas não precisamos desejar que nossos irmãos estrangeiros convivam com o mal de perder seus empregos para que tenhamos os nossos.Para se tornar um país competitivo em todas as áreas e gerar mais postos de trabalho é necessário uma educação de qualidade. Isso o Brasil não tem nem de longe. Nosso ensino é extremamente fraco, uma calamidade, um caos. Os professores são mal remunerados, mal treinados, e às vezes não sabem passar o pouco que sabem. A solução é estudar numa escola particular, mas isso poucos podem pagar. Para nos tornarmos um país que exporta tecnologia de ponta, temos que investir em mão de obra altamente qualificada. Isso só será possível com uma grande e radical reforma na educação, com mais implantação de centros profissionais e mais vagas nas universidades. Ou senão, iremos vender produtos manufaturados por um bom tempo, e esse mercado não irá absorver todo nosso contingente de desempregados.O brasileiro é esperto, e apesar de toda crise, sempre da aquele jeitinho para driblar os percalços da vida. Fazem o que podem para poder sobreviver, e no momento de aperto, não hesitam e vão pra rua vender sorvete, cachorro-quente e bugigangas. Com a crescente modernização, alguns ofícios deixam de existir, colocando mais pessoas nas ruas. Outros nascem, e quem tem especialização, abocanha a vaga. É o caso dos engenheiros mecatrônicos, uma profissão nova que mistura mecânica e eletroeletrônica, e que não consegue encontrar profissionais suficientes para preencher seus quadros. Os salários nesse setor podem passar de R$ 4mil. O Ministério do trabalho e Emprego diz que no Brasil existem cerca de 3 mil atividades, divididos em 600 grupos.Para gerar empregos, já foi falado nesse artigo que é necessário investimento em educação. Um outro assunto que gera controvérsias é com relação a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Para muitos, uma mudança nas leis da CLT, com corte de benefícios como o 13ºsalário e férias remuneradas poderia aumentar as vagas no mercado, o que eu acho um absurdo. Para o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, não é o fato de uma legislação ser ou não rigorosa que vai gerar empregos. Ele também é contra mudanças na CLT. Talvez a redução da carga tributária nas folhas de pagamento, o bicho papão das empresas, seja uma maneira mais eficiente de gerar novas vagas.Falta consenso dos empresários e do governo para tomar uma posição definitiva e encontrar um plano de emergência que amenize a situação dos brasileiros sem emprego. Devemos pensar nas crianças que tem seus pais sem emprego, nas crianças que estão famintas e com frio, e deixar de nos preocupar com o que o astronauta brasileiro comeu ou deixou de comer no espaço. Ele já teve a educação que merecia, por isso chegou aonde chegou. Agora temos que nos preocupar com nossos milhões de pequeninos que serão nosso futuro.

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