quarta-feira, 26 de abril de 2006

CINE MILÊNIO - Nº 2

A Era do Gelo 2

Por Joannes Lemos
Vivemos em um mundo conturbado atualmente. Crises, desmatamentos, poluição. O aquecimento global coloca várias nações em alerta com o derretimento das calotas polares. E coloca em alerta também a trupe de A Era do Gelo 2 (Ice Age: the Meltdown, Estados Unidos, 2006).O mamute Manny, o tigre Diego e a engraçada preguiça Sid vivem uma aventura politicamente correta na seqüência do sucesso que está levando milhões de pessoas as salas de exibição cinematográfica do Brasil e do mundo. O filme diverte a todos e coloca o público pra pensar nos problemas provocados pelos danos à camada de ozônio e nas enchentes monumentais que o aquecimento global pode provocar. Pensando nos riscos de uma eminente extinção das espécies, o trio de mamíferos tem a árdua tarefa de conduzir todos seus contemporâneos para um lugar seguro, onde terão a sua espera uma verdadeira Arca de Noé.No decorrer da jornada várias ações engraçadas acontecem. Manny encontra uma mamute, Ellie (interpretada na dublagem brasileira por Cláudia Jimenez) que pensa ser um gambá. A tarefa de convencê-la que é um mamute é hilária. Outra cena que dispensa comentários são aquelas protagonizadas pelos abutres, que vivem seguindo o bando, dizendo que quem vacilar vai virar banquete.Mas se você pensa que é só isso, se engana. Essa seqüência não poderia deixar de contar com a presença do impagável esquilo Scrat, que obcecado por avelãs, provoca catástrofes de proporções bíblicas. Scrat é criação do brasileiro Carlos Saldanha, diretor da animação. Foi isso mesmo que você leu. O diretor de A Era do Gelo 2 é um brasileiro, o brasileiro que mais longe chegou em Hollywood, fixando-se como um dos grandes nomes do cinema de animação mundial. Sob seu comando está uma equipe de mais de 300 pessoas.Uma equipe, que por sinal, é muito competente, pois fizeram o longa de animação em apenas dois anos. Pode parecer muito, mas o normal são de três a quatro anos para um filme animado ficar pronto. O resultado não poderia ter sido melhor. Agrada todas as faixas de idade.
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O Jardineiro Fiel

Os problemas de países pobres são constantes temas de conferências e de reportagens na tv. Os problemas de países miseráveis como o Quênia é o tema que virou pano de fundo para O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener , Inglaterra, 2005).Com a brilhante direção de Fernando Meirelles, o mesmo de Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel traz no elenco o casal Justin (Ralph Fiennes, que atuou em O Paciente Inglês e Harry Potter e o Cálice de Fogo) e Tessa (Rachel Weisz, a Evelyn Carnahan de A Múmia e O Retorno da Múmia). O longa conta a história de um funcionário da diplomacia inglesa que se envolve com uma militante de causas humanistas. Apaixonados, acabam se casando. Justin, que nas horas vagas pratica jardinagem, é reservado, enquanto Tessa se envolve de cabeça nos problemas dos mais fracos, e junto com seu amigo médico Arnold Bluhm, quer dar melhores condições de vida a população miserável.Porém, ela se envolve demais, com o objetivo de divulgar um esquema de corrupção que envolve a milionária indústria farmacêutica e políticos. Acaba pagando com a vida. Com a missão de desvendar o motivo da morte de sua esposa, Justin enfrenta uma jornada por vários países para descobrir por quem e por que Tessa foi brutalmente assassinada.Todos esses ingredientes resultam numa trama emocionante, com ótimas cenas e imagens capazes de tirar lágrimas dos olhos. Sem falar no tema, bastante atual e polêmico. O Jardineiro Fiel é baseado no livro de John Le Carré. Foi indicado a vários prêmios, vencendo, entre outros, o British Independent Film Awards. Uma produção que vale a pena ver e rever.

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